O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Igor Marchesini, afirmou que a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) já recebeu mais de 10 GW em pedidos de datacenters desde o lançamento do Redata (Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter).
“Fico muito feliz com a repercussão que isso teve no mercado. Estava com a EPE e já são mais de 10 GW de pedidos entre o lançamento do Redata e agora. Claro, há muita especulação, contagem dupla… não acredito que teremos 30 GW de data center em 2035. Mas é um sinal de que o setor está esperando e gostou do que viu, tanto que seguiu adiante com os próximos passos dos projetos. Estamos muito animados, mas ainda há muito trabalho pela frente para transformar tudo isso em realidade”, disse o representante do governo durante live realizada pela Dominium Group, na última terça-feira (23).
O Redata foi instituído pela Medida Provisória 1.318, publicada na última quarta-feira (17). O prazo para apresentação de emendas parlamentares termina nesta quarta-feira (24).
Marchesini também informou que o governo pretende lançar, nos próximos dias, uma Tomada de Subsídios para embasar a construção do decreto que regulamentará o programa de incentivo tributário voltado aos datacenters.
“Agora temos uma tomada de subsídios que vamos realizar para refinar tanto os aspectos de sustentabilidade ambiental, que serão detalhados no decreto, como principalmente as listas de equipamentos que receberão os incentivos. A gente deve soltar isso nesta semana”, explicou o secretário.
Segundo ele, o Redata representa um passo concreto para trazer “nossos dados e a capacidade de computação de volta para o Brasil”, aproveitando a matriz energética limpa e abundante do país. Marchesini lembrou que o Brasil é uma nação amplamente digitalizada, mas ainda mantém cerca de 60% de seus dados processados no exterior.
“Não fazia o menor sentido que isso continuasse assim. Isso significava serviços mais lentos, mais caros e com risco de continuidade operacional e de soberania, além de um déficit crescente na balança comercial”, destacou.
Os datacenters têm um elevado consumo de energia e, nesse contexto, a expectativa é que esses empreendimentos contribuam para reduzir o curtailment no Brasil. Um dos pilares do Redata é a exigência de uso exclusivo de energia 100% renovável ou limpa, o que também deve impulsionar novos investimentos em projetos de geração.
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