Um trabalhador informal de 41 anos morreu na última terça-feira (22), em São Carlos (SP), ao ser atingido por pallet com aproximadamente 300 kg de painéis solares enquanto ajudava a descarregar o material em um galpão.
Segundo o boletim de ocorrência, Daniel Junio dos Santos veio a óbito durante a movimentação da carga com o uso de uma empilhadeira, após um dos pallets escorregar. Ao tentar conter a queda, ele foi atingido pelas estruturas e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local.
Equipes do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros foram chamados para atender a ocorrência. A Polícia Científica realizou perícia, e o caso foi registrado como morte acidental. As circunstâncias do acidente seguem sob investigação.
O corpo da vítima foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) e sepultado na tarde desta quarta-feira (23), no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos (SP).
Falta de segurança acende sinal de alerta
A tragédia acende mais um sinal de alerta para o setor solar, que tem crescido de forma acelerada no Brasil, mas ainda enfrenta desafios importantes em relação à capacitação de profissionais e a aplicação das normas de segurança, neste caso nas etapas de transporte e manuseio de equipamentos.
Painéis solares, embora associados à energia limpa, são estruturas pesadas e de grande porte. Seu transporte e descarregamento exigem protocolos específicos de segurança, incluindo o uso de EPIs e acompanhamento técnico adequado.
A informalidade nas contratações e a ausência de treinamentos aumentam significativamente o risco de acidentes como esse, conforme explica Yanael Medeiros, engenheira do CS Consultoria. A profissional explica que os painéis devem ser tratados como cargas especiais — o que inclui restrições operacionais, planejamento prévio e procedimentos definidos para evitar quedas ou colisões.
“Módulos são estruturas que possuem uma média de peso de 22kg, e devem ser armazenados em pallets para o correto transporte. Durante o descarregamento de caminhões, é essencial adotar práticas seguras, especialmente com o uso de máquinas pesadas, como empilhadeiras ou guindastes”, destacou ela.
A profissional também pontuou que o uso de EPIs, como capacete, luvas, botinas com biqueira e colete refletivo, é obrigatório e essencial. Além disso, pontuou que a área deve estar isolada e sinalizada, com o descarregamento realizado por equipe treinada, seguindo procedimentos operacionais padronizados.
“O terreno deve ser estável para evitar tombamentos, e a operação supervisionada de forma contínua. A subcontratação de pessoas não habilitadas, com certificações de segurança, traz enorme risco à segurança do profissional e da equipe. Em serviços desse tipo, que envolve equipamentos pesados, é importante um bom planejamento, sempre priorizando a segurança dos profissionais envolvidos”, ressaltou.
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