A Axia, atual denominação da Eletrobras pós-privatização, informou ao mercado que o Banco Clássico ampliou sua participação acionária e passou a deter 5% das ações ordinárias da empresa. A comunicação foi feita pela própria empresa, em cumprimento às regras de transparência aplicáveis a participações relevantes em companhias abertas.
De acordo com o comunicado, o aumento decorre da aquisição adicional de ações no mercado, sem que haja alteração na estrutura de controle da companhia. A Axia destacou que o movimento tem caráter financeiro e não implica, ao menos neste momento, mudanças na gestão ou na condução estratégica dos negócios.
Com capital pulverizado desde a privatização, a Axia reúne em sua base acionária diferentes investidores institucionais e pessoas físicas. Nesse contexto, a elevação da participação do Banco Clássico chama atenção por envolver um investidor com histórico direto na trajetória da companhia ainda como estatal.
Perfil
O Banco Clássico é uma instituição financeira brasileira voltada principalmente à gestão de recursos próprios e participações acionárias. Seu controlador é o investidor José João Abdalla Filho, mais conhecido como Juca Abdalla, personagem notório no mercado financeiro nacional e recorrente em movimentos envolvendo empresas de grande porte e relevância estratégica.
A instituição financeira adota uma estratégia de investimentos concentrados, com foco em companhias abertas e participação relevante no capital social dessas empresas. A atuação não se caracteriza por operações de varejo bancário, mas por decisões patrimoniais de médio e longo prazo.
Além da Axia, o Banco Clássico mantém participações em outras empresas listadas, incluindo companhias dos setores de energia – Petrobras, Cemig, Engie Brasil, entre outras – infraestrutura e serviços, áreas historicamente associadas ao interesse do investidor em ativos estratégicos e de grande escala.
Abdalla e estatais
A ampliação da participação na Axia se insere em um histórico mais amplo de José João Abdalla Filho em empresas estatais ou ex-estatais. O investidor figura há décadas como acionista da antiga Eletrobras e esteve envolvido, ao longo do tempo, em debates e disputas societárias relacionadas à companhia.
O perfil do Banco Clássico também aponta o interesse recorrente do controlador em outras empresas de origem estatal ou ligadas a processos de privatização e reestruturação, reforçando uma estratégia consistente de atuação em ativos considerados centrais para a economia brasileira.
No caso específico da Axia, o aumento da participação para cerca de 5% das ações ordinárias reforça a continuidade desse vínculo histórico, agora sob a nova configuração societária da empresa.
Embora o movimento não represente mudança de controle, ele adiciona peso relevante à presença do Banco Clássico entre os acionistas da companhia, em um momento em que o mercado acompanha atentamente a consolidação da governança e o posicionamento de investidores com trajetória ligada à fase estatal da empresa.
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