Em meio ao crescimento da geração própria de energia entre produtores e ao aumento da demanda por estabilidade elétrica em atividades de alto risco, representantes da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) do Paraná se reuniram com técnicos da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) para avaliar o uso de sistemas de armazenamento por baterias em propriedades rurais.
O encontro, realizado na sede da empresa, teve como foco entender como essa tecnologia pode operar em escala e de forma integrada às políticas públicas já existentes, como o Programa Renova Paraná.
A apresentação conduzida por Julio Omori, diretor Comercial da Copel, destacou que o armazenamento em baterias vem se consolidando como ferramenta essencial para garantir continuidade de fornecimento em situações de oscilação ou queda da rede.
Baterias garantem o fornecimento de energia em momentos de indisponibilidade, contribuindo para a estabilidade necessária a culturas que dependem de suprimento contínuo, explicou o executivo, ao mostrar como a solução opera tanto conectada à rede quanto de modo independente, associada a inversores híbridos.
A visita integra um plano mais amplo do governo estadual para fortalecer a infraestrutura energética rural. Herlon Almeida, coordenador de Energias Renováveis e Conectividade Rural do IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), vê o armazenamento como a próxima etapa do Renova Paraná.
Com cerca de 39,5 mil produtores já gerando a própria energia, o Estado agora mira soluções que sustentem a expansão do programa com mais estabilidade. Há avanço no lançamento do Renova Paraná Trifásico e, em uma terceira etapa, o plano inclui as baterias, segundo afirmou Almeida.
Um kit de armazenamento custa, em média, R$ 40 mil, e a ideia é buscar mecanismos para reduzir esse valor para os interessados. A demanda por maior segurança energética, informa a Copel, é especialmente sensível entre fumicultores e produtores de proteína animal, segmentos para os quais quedas de energia podem resultar em prejuízos expressivos.
A companhia já opera um projeto-piloto em Ivaí, na região Centro-Sul, onde o uso de baterias com inversores híbridos têm garantido suporte às estufas de secagem de fumo. Com capacidade de 60 kWh, o sistema é capaz de manter a operação por até dois dias, garantindo o funcionamento dos motores responsáveis pela circulação do ar quente.
A solução está totalmente integrada à Rede Elétrica Inteligente da Copel por meio de medidores inteligentes, permitindo acompanhamento remoto, envio de comandos e gestão ativa da carga armazenada.
Segundo Omori, essa integração amplia o potencial de aplicação da tecnologia para outras cadeias produtivas, como piscicultura – alimentando aeradores – e aviários, onde o próprio sistema da propriedade pode operar como fonte geradora e backup simultaneamente.
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