Atualmente, o Brasil aproveita 1,5% do potencial do biometano e 5,6% do biogás, segundo dados apresentados por Yuri Schmitke, presidente da ABREN (Associação Brasileira de Energia de Resíduos).
As informações foram divulgadas durante o Fórum de Infraestrutura Brasil–Suíça 2025, realizado na quinta-feira (4), em São Paulo (SP), onde o executivo discutiu o panorama da energia de resíduos no país.
No painel “Waste-to-Energy e biogás”, Schmitke detalhou que o potencial nacional de biometano é estimado em 44,1 bilhões Nm³/ano, mas a produção em 2024 alcançou apenas 0,67 bilhão Nm³/ano, distribuída em 53 usinas.
Já o biogás tem potencial de 84,6 bilhões Nm³/ano, frente aos 4,7 bilhões Nm³/ano produzidos por 1.587 usinas. Em ambos os casos, os setores sucroenergético e agroindustrial respondem por mais de 90% da capacidade total.
O presidente da ABREN destacou que ampliar o uso dessas fontes é estratégico para a transição energética. “O biometano desponta como o combustível do futuro, com papel estratégico na descarbonização dos transportes e na substituição do diesel e do gás natural fóssil”, afirmou.
Ele ressaltou ainda que a competitividade do biogás depende de referência de preços que viabilize contratos de longo prazo.
Schmitke também chamou atenção para os entraves na gestão de resíduos sólidos. Mesmo após 15 anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, mais de 40% dos resíduos urbanos ainda vão para lixões e aterros controlados.
Enquanto isso, países como China, Japão e membros da União Europeia somam cerca de 3.000 usinas de recuperação energética. No Brasil, o potencial estimado é de 130 usinas de 20 MW, o que representaria 3,3 GW de potência instalada e R$180 bilhões em investimentos.
Para o setor avançar, Schmitke defendeu ação coordenada entre governos e empresas. “Ainda dá tempo de o país acabar com os entraves que inviabilizam o desenvolvimento do biogás, do biometano e da recuperação energética, mas é preciso agir com eficácia e vontade política”, concluiu.
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