O estado do Ceará poderá receber mais de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 163,6 bilhões) em investimentos para construir até 11,8 GW em capacidade de hidrogênio verde até 2031.
O cálculo, realizado pela consultoria norte-americana IXL Center, contou com a participação de especialistas da Universidade de Harvard e do Instituto Massachusetts de Tecnologia e considera os memorandos já assinados. O estudo ainda aponta que esse desenvolvimento deverá duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos no complexo portuário.
Atualmente, o estado conta com seis pré-contratos assinados, além de 37 memorandos de entendimento, com empresas brasileiras e internacionais que deverão compor o Hub de Hidrogênio Verde do Ceará, no Complexo do Pecém.
Estudo realizado pela Engie, que mapeou o potencial eólico e solar local, indica que o estado poderia gerar energia suficiente para abastecer mais de 23 milhões de residências.
Hoje, o Ceará conta com uma capacidade instalada de 1.559 MW em 35 empreendimentos, enquanto 419 parques solares em construção adicionarão 16.738,3 MW de potência.
Já em projetos eólicos, o estado possui 100 parques eólicos que geram 2.577 MW, com outros 72 empreendimentos em construção que somarão 2.876 MW. Além disso, 26 empreendimentos de eólica offshore aguardam licenciamento, com potencial de gerar 64,9 GW.
“O Ceará tem total condição de ser o líder na produção de H2V, por diversos aspectos. Podemos iniciar pela nossa localização próxima à Europa, pela parceria estratégica do Porto do Pecém com Roterdã, e termos uma ZPE (Zona de Processamento e Exportação) estruturada, o que facilita muito a questão da exportação do combustível”, comenta Marília Brilhante, diretora-executiva da Energo Soluções em Energias.
“Além disso, toda a estrutura que tem sido trabalhada no porto, com o Hub de H2V, que tem prometido facilidades de licenciamento, de obtenção de água de reúso e de tanques de armazenamento para as empresas que estão assinando os contratos, todas essas são vantagens técnicas locacionais”, acrescenta.
Ela destaca, ainda, a vantagem do Ceará em relação à estrutura para o transporte de hidrogênio verde para o consumo interno.
“Para que o H2 seja verde, sim, precisamos de energia renovável. No Ceará temos muito sol, muito vento e um mar propício para a instalação das turbinas offshore. O Ceará, com toda a sua capacidade de geração de energia limpa, sua excelente localização, com as facilidades do Hub de H2V e com os reforços de linhas de transmissão prometidas para os próximos anos, é hoje o melhor estado para a instalação dessas usinas”, complementa Marília.
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