Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), revelou que os investimentos do país asiático no Brasil em 2024 foram fortemente impulsionados pelos setores de eletricidade e energias renováveis.
O segmento elétrico liderou a atração de capital, recebendo US$ 1,43 bilhão, valor 115% superior ao de 2023. O número de projetos chineses em sustentabilidade e energias verdes no ano passado atingiu 27 empreendimentos no país – o maior número já registrado em um único ano desde o início da série histórica em 2007.
O estudo, intitulado “Investimentos Chineses no Brasil 2024: Reindustrialização e Transição Energética”, destaca que o setor de eletricidade, sozinho, representou 34% do montante total de US$ 4,18 bilhões aportados pela China no Brasil em 2024. O crescimento nessa área em relação ao ano anterior foi o maior avanço relativo registrado desde 2019.
Considerando o acumulado de investimentos entre 2007 e 2024, o setor de eletricidade é o que mais absorveu capital chinês, com 45% do valor total de US$ 77,5 bilhões, seguido pelo setor de petróleo (29%). Na análise por número de projetos no mesmo período, o setor também lidera, com 41% dos 303 empreendimentos confirmados.
Empresas como China Three Gorges (CTG), CPFL Energia – que foi adquirida em 2017 pela State Grid – e SPIC (State Power Investment Corporation) têm aportado consistentemente no Brasil desde que ingressaram no mercado nacional na década de 2010, não apenas em hidrelétricas, mas cada vez mais em outras fontes renováveis, particularmente solar e eólica.
A CGN (China General Nuclear), por sua vez, também ampliou sua presença com o início das obras de seu primeiro parque solar greenfield no Ceará.
Os investimentos chineses em eletricidade e energias renováveis são caracterizados pela predominância de projetos envolvendo a criação de novos empreendimentos ou a ampliação da capacidade produtiva de instalações já existentes.
Em 2024, os projetos no setor elétrico incluíram a modernização de usinas hidrelétricas e a construção de novos parques eólicos e solares. Essa tendência reflete o amadurecimento dos investimentos de longo prazo de empresas chinesas no país, que agora focam mais na expansão e modernização de ativos do que em novas aquisições.
A análise do CEBC destaca que a transição energética é um pilar estratégico para os investidores chineses. As iniciativas representaram 69% de todos os projetos chineses no Brasil no ano, a segunda maior participação da série histórica, ficando atrás apenas do recorde de 72% registrado em 2023.
O interesse renovado da China em extração de minerais estratégicos no Brasil também está diretamente ligado à cadeia de valor da descarbonização. São recursos fundamentais para a produção de tecnologias de energias limpas, como baterias, veículos eletrificados e infraestrutura de transmissão elétrica.
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