O bolso dos consumidores brasileiros deverá sentir um novo impacto nas próximas semanas, segundo projeções divulgadas pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) nesta quinta-feira (20).
De acordo com o relatório da entidade, há uma alta probabilidade de que a bandeira amarela volte a ser acionada em maio, o que provocaria um acréscimo na conta de luz de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos.
A projeção é baseada em uma expectativa de redução das chuvas com o início do período seco – o que comprometeria os níveis dos reservatórios e exigiria o acionamento de termelétricas, que são mais caras e devem exigir um custo adicional a ser repassado para os consumidores.
Em fevereiro, a população brasileira já enfrentou um aumento de 16,80% nas tarifas de energia elétrica, após o término de um bônus temporário que havia aliviado os custos em janeiro.
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O estudo da CCEE também aponta que o aumento na conta de luz pode persistir até junho, com a possibilidade de adoção da bandeira vermelha entre julho e dezembro. Nesse caso, o custo adicional seria ainda maior: R$ 4,46 por 100 kWh no patamar 1 e R$ 7,87 no patamar 2.
Cenários analisados
O levantamento da CCEE analisou quatro cenários distintos com base em diferentes projeções de precipitação: dois utilizando dados históricos (de 2018 e 2021) e dois baseados em estimativas atualizadas para 2025.
Em três desses quatro cenários, a bandeira amarela é acionada já em maio. Em dois, há previsão de bandeira vermelha em junho; e em três, o indicativo é de bandeira vermelha já em julho.
Bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2015 e tem como objetivo ajustar mensalmente o custo da conta de luz para os consumidores brasileiros, sendo compostas pelas cores verde, amarela e vermelha (nos patamares 1 e 2).
Essa sequência indica o custo da energia para o mês seguinte: verde quer dizer que não há custo adicional. Quando são aplicadas as bandeiras amarela ou vermelhas, a conta sofre acréscimos a cada 100 kWh consumidos. A amarela indica um leve aumento na conta de energia e a vermelha traz um custo maior aos brasileiros.
A sequência reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
De acordo com a ANEEL, essa sinalização torna o consumidor ativo para saber se precisa ou não utilizar a energia de forma mais consciente, devido ao seu custo.
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