A DataSpots obteve três pareceres de acesso favoráveis junto ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), totalizando investimento de R$ 15 bilhões para a implantação de empreendimentos em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
A obtenção dos pareceres ocorre em um momento decisivo para o setor, no qual o Brasil se posiciona como nova fronteira global para operações de missão crítica, impulsionado pela digitalização da economia, pelo avanço da inteligência artificial e pela crescente demanda por serviços em nuvem.
O primeiro parecer aprovado foi no estado de São Paulo, garantindo proximidade estratégica a rotas troncais de fibra óptica e subestações de alta capacidade, assegurando baixa latência e rápida disponibilidade de energia.
O segundo, no Rio de Janeiro, combina localização costeira com acesso direto a cabos submarinos internacionais, ampliando a conectividade global. Já o terceiro, no Paraná, reúne abundância de energia limpa proveniente de fontes renováveis, logística favorável e ampla área para expansão.
Os projetos em andamento estão localizados em:
- Atibaia (SP), com investimentos de R$ 3 bilhões;
- Bateias (PR), com investimentos de R$ 6 bilhões;
- Nova Iguaçu (RJ), com investimentos de R$ 6 bilhões.
Segundo a empresa, os empreendimentos foram selecionados após uma análise rigorosa que avaliou infraestrutura existente e projetada, potencial energético, rotas de conectividade, condições logísticas, disponibilidade de mão de obra qualificada e viabilidade fundiária.
A previsão é de início das operações entre 2028 e 2030. Atualmente, a empresa negocia com distribuidoras como Elektro, Copel e Light, além de transmissoras, e trabalha na aquisição fundiária, licenças e outorgas necessárias.
O portfólio completo da companhia está estimado em cerca de R$ 92 bilhões. Além destes projetos aprovados, a empresa conta com outros projetos que somam 1,6 GW de capacidade, sendo 300 MW já aprovados.
“O momento atual é da fase de contratos, que incluem NDA, e desta forma não podemos divulgar os nomes das empresas, mas as negociações estão acontecendo com Fundos de Investimentos, empresas do setores de Energia e Data Centers”, diz Carla.
“Nosso foco está em regiões com forte potencial energético, acesso à rede e proximidade com rotas de fibra óptica, o que reduz custos e acelera a operação”, afirma Luiz Fernando Ortega, fundador da DataSpots.
“O Brasil não está apenas se preparando para o futuro digital, está diante da chance de moldá-lo”, acrescenta Ortega.
Potencial de investimentos
De acordo com a ABDC (Associação Brasileira de Data Centers), atualmente, há 42 projetos de data centers em fase de planejamento regulatório no país, concentrados principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.
Apesar desse potencial, o principal gargalo identificado pela entidade é o acesso à rede elétrica, que já supera o preço da energia como fator decisivo para a implantação de novos empreendimentos.
Na avaliação da DataSpots, com abundância de fontes renováveis de baixo custo, vasta disponibilidade de terras e infraestrutura de fibra óptica em rápida expansão, o Brasil tem reunido condições que despertam a atenção de investidores internacionais.
Na América Latina, os investimentos no setor de data centers e computação em nuvem alcançaram cerca de US$ 19,73 bilhões em 2023, com o Brasil respondendo por uma fatia estimada em R$ 258,1 bilhões entre 2024 e 2027.
Hoje, a DataSpots possui projetos em andamento distribuídos entre São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“Apenas no estado de São Paulo, principal hub do setor, a empresa concentra investimentos estimados em R$ 39 bilhões, reforçando a posição estratégica do estado no desenvolvimento de grandes operações de data centers”, comenta Carla Cassalha, sócia e gerente executiva da DataSpots.
Perspectivas
Atualmente, o consumo energético dos data centers no Brasil é de 8,8 TWh, menos de 1% do total nacional, o que demonstra espaço significativo para crescimento.
Embora o MME (Ministério de Minas e Energia) projete 15,1 GW de capacidade até 2035, estimativas independentes da consultoria Aurora Energy Research apontam para um cenário mais conservador, de 4,75 GW no mesmo período.
Para a ABDC, esse momento representa uma oportunidade única para que o país lidere uma nova era digital sustentável, com infraestrutura de ponta, energia limpa e integração plena ao mercado global de dados e computação.
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