Pela primeira vez desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, o mundo deve iniciar uma redução efetiva das emissões globais de gases do efeito estufa antes de 2030, segundo relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (28).
O documento apresenta um balanço das promessas feitas pelos países para conter a crise climática e analisou 64 novos planos climáticos nacionais — as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) — submetidos até 30 de setembro de 2025.
Essas metas representam cerca de 30% das emissões globais e funcionam como um termômetro do progresso das nações em relação ao Acordo de Paris — firmado na COP 21, com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C e evitar impactos climáticos extremos.
De acordo com a ONU, as NDCs são o principal instrumento do tratado climático global, e a rodada atual — chamada de NDCs 3.0 — pode representar a última oportunidade real de manter o aumento da temperatura média abaixo de 1,5 °C.
Primeira trajetória de queda nas emissões
O relatório aponta que, pela primeira vez, o conjunto das NDCs indica uma trajetória clara de redução nas emissões — e não apenas uma desaceleração no crescimento. Segundo o documento, a implementação das metas deve levar a um pico das emissões antes de 2030, seguido por uma queda média de 11% a 24% até 2035, em comparação com os níveis de 2019.
Apesar do avanço, a ONU alerta que o ritmo atual ainda está muito aquém do necessário para que o Acordo de Paris seja cumprido.Para manter o aquecimento dentro do limite de 1,5 °C, as emissões globais precisariam cair cerca de 60% até 2035. No cenário atual, as metas apresentadas resultariam em uma redução média de apenas 17%.
Aceleração precisa começar agora
Para a ONU, manter essa trajetória de queda nas emissões depende de um esforço coletivo mais intenso nos próximos anos, sobretudo dos países desenvolvidos, que devem garantir que o avanço ocorra de forma justa e equilibrada.
A expectativa é que a COP30, marcada para acontecer em Belém (PA), funcione como um marco de aceleração, com os países apresentando planos concretos para transformar metas em políticas reais, especialmente nos setores que ainda concentram a maior parte das emissões — como energia, transporte e agropecuária.
Segundo a ONU, a conferência no Brasil representa um momento decisivo para reforçar a cooperação climática global e demonstrar que as nações permanecem comprometidas com o espírito do Acordo de Paris.
Confira o relatório publicado, clicando aqui.
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