O mercado de energia solar no segmento de GC (geração centralizada) deverá passar por um momento de inflexão ao longo deste ano, após registrar um crescimento superior a 50% em 2024.
Essa é a principal conclusão do novo estudo estratégico da Greener, que traz dados atualizados sobre a expansão das grandes usinas fotovoltaicas no Brasil.
O principal fator por trás dessa mudança de cenário é a combinação entre os preços baixos de energia e o agravamento do curtailment – que atingiu, em média, 17,1% das usinas entre abril de 2024 e março de 2025.
Segundo a consultoria, essas duas questões elevaram a percepção de risco entre os investidores, exigindo por parte dos empresários uma maior atenção à viabilidade técnica dos projetos.
“O momento desafiador do mercado é ilustrado pelo preço da energia, que desafia o fechamento de contratos, pelos cortes de geração (curtailment), que geram prejuízos aos geradores e pelas altas taxas de juros, que impactam os investimentos”, destaca o estudo.
Por outro lado, em 2024, as usinas fotovoltaicas centralizadas receberam um volume massivo de investimentos, impulsionados por decisões regulatórias que viabilizaram novos projetos. “Atualmente, 5,7 GW estão em construção, com destaque para o crescimento do mercado livre de energia”, ressaltou o documento.
Redução na importação de módulos
De acordo com a empresa de pesquisa e consultoria, cerca de 5,1 GWp em módulos fotovoltaicos foram importados pelo segmento de GC Solar em 2024 – uma queda de 18% em relação a 2023, quando o volume foi de 6,2 GWp.
Mesmo com a retração nas importações, os contratos firmados entre fabricantes e compradores no período de março de 2024 a fevereiro de 2025 somam 5,4 GWp, sinalizando investimentos superiores a R$ 14,5 bilhões ao longo dos próximos meses.
PPAs
No segmento de energia contratada, foram mapeados 2,4 GWp em PPAs e projetos de autoprodução no mesmo intervalo, mantendo o mesmo patamar do ano anterior.
Desse total, 90% correspondem a contratos viabilizados via autoprodução por equiparação – reforçando, segundo a Greener, o protagonismo desse modelo nas novas iniciativas do Mercado Livre de Energia.
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