Hidrelétricas abrem comportas para controlar nível de reservatórios

Aumento das chuvas, baixa demanda e excedente de geração eólica e solar explicam necessidade de liberar águas pelos vertedouros
Canal Solar Hidrelétricas abrem comportas para controlar nível de reservatórios
Vertimentos ocorrem em decorrência de uma recuperação significativa dos principais reservatórios do SIN. Foto: Caio Coronel/Itaipu Binacional

O MME (Ministério de Minas e Energia) informou que algumas das principais hidrelétricas do país estão com os reservatórios cheios e, por uma questão operacional, precisam abrir suas comportas.

A operação vem sendo realizada desde a última semana. Na prática, significa que uma parcela de energia hidráulica está sendo jogada fora.

Segundo o Ministério, os vertimentos ocorrem em decorrência de uma recuperação significativa dos principais reservatórios do SIN (Sistema Interligado Nacional) – que em alguns casos já superam 60% de armazenamento.

“Ao longo deste mês, as chuvas estão acima da média em algumas áreas do Brasil. Isso vem fazendo com que os níveis dos reservatórios se elevem rapidamente, sendo necessário acionar planos de controle de cheias e vertimento em muitas bacias”, explicou o MME em nota.

No último sábado (14), as comportas da usina de Itaipu Binacional foram abertas, após permanecerem fechadas por um período de 15 meses. A última abertura ocorreu em 23 de outubro de 2021, para controle do nível do Rio Paraná.

“Esse vertimento generalizado indica a presença de excedentes energéticos associados a um crescente montante de geração das fontes eólicas e solares”, explica o superintendente de Operação da Itaipu, José Benedito Mota Júnior.

Nos últimos dias, houve início de vertimento nas usinas do Rio Madeira, no complexo Belo Monte, e nas bacias do Rio São Francisco e do Rio Grande. Em breve, espera-se mais vertimento, como na usina de Tucuruí.

Para as próximas semanas de janeiro, o ONS (Operador Nacional do Sistema) prevê afluência acima de 80% em todas as regiões do país.

Além dos excedentes de geração renovável e do aumento das chuvas, a demanda menor por energia elétrica também tem contribuído para aumentar os níveis dos reservatórios.

Segundo o ONS, as temperaturas mais amenas em janeiro são um dos fatores que podem explicar a redução de demanda nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Imagem de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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