IEA reduz em 24,5% projeção para produção de hidrogênio até 2030

Segundo a nova análise, o potencial de produção deve atingir 37 milhões de toneladas por ano, abaixo dos 49 milhões de t/ano estimados em 2024
Foto: Canva

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reduziu em 24,5% sua projeção para a produção global de hidrogênio de baixo carbono em 2030.

Segundo a nova análise, o potencial de produção deve atingir 37 milhões de toneladas por ano, abaixo dos 49 milhões de t/ano estimados em 2024 com base nos projetos anunciados.

O ritmo de expansão tem sido freado por custos elevados, incertezas regulatórias, demanda ainda limitada e lentidão no desenvolvimento da infraestrutura. Apesar do cenário de atrasos e cancelamentos, a IEA projeta que a produção de hidrogênio de baixa emissão ainda apresentará um crescimento expressivo até o fim da década.

As conclusões constam da edição 2025 da Global Hydrogen Review, publicada nesta segunda-feira (15).

“Os dados mais recentes indicam que o crescimento de novas tecnologias de hidrogênio está sob pressão devido a turbulências econômicas e incertezas políticas, mas ainda vemos fortes sinais de que seu desenvolvimento está avançando globalmente. Para ajudar a manter o crescimento, os formuladores de políticas devem manter os programas de apoio, usar as ferramentas disponíveis para fomentar a demanda e acelerar o desenvolvimento da infraestrutura necessária”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da agência.

A demanda mundial de hidrogênio chegou a quase 100 milhões de toneladas em 2024, alta de 2% em relação a 2023, acompanhando o crescimento do consumo de energia. A maior parte desse aumento, contudo, foi atendida por hidrogênio de origem fóssil, ainda dominante nos setores de refino de petróleo e indústria.

O hidrogênio fóssil continua mais competitivo em preço, impulsionado pela queda no valor do gás natural e pela elevação do custo dos eletrolisadores. A IEA, entretanto, projeta que essa diferença de preços deve se reduzir até 2030, à medida que os custos tecnológicos avancem.

China lidera produção de eletrolisadores

O relatório destaca a posição da China como principal motor da expansão de eletrolisadores voltados à produção de hidrogênio de baixa emissão. O país concentra 65% da capacidade global já instalada ou com decisão final de investimento, além de responder por quase 60% da capacidade mundial de fabricação desses equipamentos.

A indústria chinesa, no entanto, pode enfrentar desafios: a capacidade atual de produção, superior a 20 GW por ano, está bem acima da demanda observada.

Outro ponto levantado pelo estudo é que o custo de instalação de eletrolisadores chineses fora do país não se mostra significativamente inferior ao de equipamentos de outros fabricantes, quando considerados fatores como transporte e tarifas.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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