Intelbras projeta avanço do mercado solar e aposta na força das parcerias para 2025

Marcio Ferreira, diretor superintendente da BU Energia da Intelbras, detalha os próximos passos do mercado solar e as inovações da área
Intelbras projeta avanço do mercado solar e aposta na força das parcerias para 2025
Marcio Ferreira, diretor superintendente da BU Energia da Intelbras. Foto: Intelbras/Divulgação

Com uma trajetória consolidada no mercado de tecnologia, a Intelbras vem ampliando sua atuação no setor de energia, apostando em soluções cada vez mais completas para atender desde consumidores residenciais até projetos de maior porte.

Para entender os próximos passos da companhia — que acaba de reforçar seu portfólio com novos lançamentos e prepara novidades para as áreas de baterias e inversores híbridos — o Canal Solar conversou com Marcio Ferreira, diretor superintendente da BU Energia da Intelbras.

Na entrevista, Ferreira comenta os desafios enfrentados pela empresa diante das oscilações do mercado solar, as estratégias para manter a competitividade diante das novas exigências regulatórias e as projeções da marca para 2025.

Ele também detalha como a Intelbras tem se posicionado frente à queda dos preços do lítio, as oportunidades crescentes no mercado de backup residencial e a atuação da companhia em projetos off-grid, como o programa Luz Para Todos, antigo Mais Luz para a Amazônia..

A Intelbras já é uma marca muito reconhecida, mas para começar, conte para nós: quando falamos do mercado de energia, que soluções a companhia oferece hoje?

A Intelbras é uma empresa sólida, com 49 anos de história, amplamente reconhecida por investir fortemente no pós-venda e na capacitação de seus parceiros. 

Temos um atendimento próximo e especializado, funcionando de segunda a sexta, das 8h às 20h, e aos sábados até as 18h, para dar suporte integral ao consumidor, principalmente nas situações críticas. 

No segmento de energia, somos líderes no mercado de no-breaks de baixa potência e, a partir de maio, vamos oferecer soluções que chegam a 200 kVA, ampliando nosso alcance. 

No solar, atuamos desde 2019 com um portfólio completo para aplicações on-grid e off-grid. Oferecemos desde painéis solares, inversores, controladores de carga, até baterias de lítio e chumbo ácido, bombas solares e soluções voltadas para mobilidade, como os módulos flexíveis para veículos. Nosso foco é entregar soluções integradas, que garantam eficiência e confiabilidade para todos os perfis de clientes.

Também estamos olhando para o avanço da eletromobilidade e, constantemente, atualizando e ampliando nosso portfólio de carregadores para veículos elétricos.

Vocês estão há cerca de seis anos no mercado solar, que passou por transformações importantes nesse período. Como a Intelbras enfrentou os diversos desafios?

De fato, o mercado passou por turbulências significativas. Tivemos, ao mesmo tempo, a mudança na legislação, a troca de governo e uma forte queda nos preços dos equipamentos vindos da Ásia. Tudo isso impactou diretamente a cadeia. 

O ano de 2023, em especial, foi desafiador. A comunicação equivocada de que “o sol seria taxado” antecipou uma demanda que esvaziou parte do mercado posteriormente. 

Contudo, por sermos uma empresa financeiramente sólida, atravessamos esse momento mantendo nossos investimentos e olhando para o longo prazo. Seguimos confiantes no potencial da energia solar, especialmente para residências e pequenos comércios, onde o retorno do investimento permanece bastante atrativo. 

Já sentimos em 2024 uma retomada importante, e 2025 tende a ser ainda mais positivo, acompanhando a maturação do mercado e a profissionalização dos integradores.

E para 2025, quais são os planos estratégicos da Intelbras para o mercado solar?

Seguimos investindo fortemente no desenvolvimento de novas soluções. Em outubro do ano passado, lançamos os novos inversores Íons, que traz maior eficiência e uma garantia ampliada para nossos parceiros de negócios. 

Estamos desenvolvendo também soluções/produtos Grid Zero, prevista para o segundo semestre, e trabalhando no lançamento de inversores híbridos e um novo modelo de microinversor. 

Todo esse movimento busca expandir o nosso portfólio para acompanhar as demandas crescentes do mercado e oferecer alternativas confiáveis e eficientes aos nossos clientes.

A questão da inversão de fluxo tem sido uma preocupação importante no setor. Como a Intelbras está se preparando para essa demanda?

Estamos lançando um inversor de 7,5 kW, que facilita muito a aprovação automática em diversas concessionárias, respeitando as exigências de cada distribuidora. Nosso suporte aos parceiros é total — queremos assegurar que estejam preparados para atender às novas exigências do mercado. 

Além disso, o lançamento das soluções/produtos Grid Zero está previsto para o início do segundo semestre e vem para reforçar essa frente. Buscamos sempre antecipar as necessidades do mercado, alinhando inovação e suporte técnico especializado.

E sobre o mercado de armazenamento de energia? Como vocês enxergam a evolução dos preços das baterias e a adoção dessas soluções no Brasil?

A queda nos preços do lítio foi bastante significativa, tornando as baterias mais competitivas. Embora o payback para residências ainda não seja o ideal, estamos observando um interesse crescente por soluções de backup, especialmente em função das crises climáticas e das falhas no fornecimento de energia elétrica. 

Há um movimento natural de consumidores buscando mais segurança energética, e nossos inversores carregadores off-grid estão sendo bem aceitos nesse cenário. Também temos visto condomínios e até apartamentos investirem nessas soluções para garantir autonomia durante interrupções no fornecimento.

Vocês têm grande experiência no segmento off-grid, especialmente no programa Mais Luz para a Amazônia, que agora é o Luz Para Todos. Como foi a atuação da Intelbras nesse projeto?

O antigo Mais Luz para a Amazônia, atual Luz Para Todos, foi um projeto desafiador e muito gratificante. Atuamos por mais de quatro anos e instalamos mais de 6 mil sistemas em locais remotos do Acre e do Mato Grosso. 

Em algumas regiões, foi preciso transportar os equipamentos de barco ou até por carro de boi, dada a dificuldade de acesso. Mais do que o retorno econômico, foi um projeto que nos deu enorme satisfação pessoal e profissional. 

Ver famílias tendo acesso a água gelada ou podendo conservar alimentos adequadamente, algo simples para muitos, mas transformador para essas comunidades, nos dá orgulho de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.

E sobre o desenvolvimento de grandes usinas? A Intelbras também atua nesse segmento?

Sim, temos uma área dedicada a usinas. Contamos com um time especializado em vendas focado em projetos de até 5 MW para o mercado de minigeração. Nosso modelo é bastante competitivo, especialmente para grandes fundos e investidores que desejam atuar na geração distribuída. 

Nesses casos, trabalhamos no formato Full EPC, entregando o projeto completo, pronto para operar. No entanto, com integradores acaba sendo um pouco diferente, já que muitos deles também oferecem esse tipo de serviço. 

Por isso, operamos de forma bastante controlada para garantir a execução das usinas com o tamanho e a qualidade adequados, prestando o serviço certo para cada perfil de cliente.

E nessa atuação, a Intelbras desenvolve o projeto e também executa a construção, ou conta com parceiros para essa etapa?

Contratualmente, a responsabilidade de entregar a usina funcionando é totalmente nossa. Temos uma estrutura interna robusta para desenvolvimento do projeto, garantindo eficiência, qualidade e performance da geração. 

Já na execução física da obra, como instalação de cabos e montagem, trabalhamos com parceiros EPCistas especializados. É uma combinação que nos permite manter o controle da qualidade e assegurar a entrega que prometemos ao cliente.

E quando falamos em usinas para investidores, como é a participação da Intelbras? Vocês operam como Full EPC, entregando toda a solução?

Exatamente. No caso das grandes usinas, atuamos como Full EPC. Toda a solução fornecida é Intelbras: inversores, painéis solares, equipamentos, tudo. Nós assumimos integralmente a responsabilidade pelo fornecimento da usina e emitimos a nota fiscal diretamente para o cliente como gerador. 

Isso dá segurança para quem investe, porque sabe a quem recorrer em caso de necessidade. Fazemos questão de manter o volume controlado para assegurar a responsabilidade total sobre cada investimento. No entanto, com integradores acaba sendo um pouco diferente, já que muitos deles também oferecem esse tipo de serviço.

Na sua visão, quais serão os principais desafios para o setor elétrico e de energia solar em 2025?

As altas taxas de juros ainda são o principal desafio, pois encarecem o financiamento para os consumidores. Contudo, estamos observando uma ampliação do interesse da classe média, o que é muito positivo para o setor. 

Nosso papel será manter nossas revendas bem preparadas e reforçar uma mensagem fundamental: solar não é tudo igual. Mais do que preço, é essencial que o consumidor busque segurança, produtos diferenciados, garantia e suporte pós-venda. 

Acreditamos que o mercado vai se consolidar, e empresas sérias, como a Intelbras, que entregam soluções de qualidade e mantêm o compromisso com o cliente, vão se destacar.

Para encerrar, gostaria de destacar algum ponto adicional?

Contamos hoje com mais de 120 distribuidores e mais de 100 mil revendedores conectados ao nosso portfólio, não apenas de energia, mas de todas as soluções da Intelbras. 

Acreditamos na força da nossa capilaridade e na importância do suporte ao mercado, para garantir aos nossos parceiros e consumidores finais uma experiência diferenciada e de confiança.

E, como mensagem final, reforço o nosso compromisso com a qualidade: solar não é tudo igual e, na Intelbras, energia não é só solar. Oferecemos um portfólio completo, que apoia nossos parceiros na entrega de soluções e no crescimento de suas receitas, com a segurança de contar com um fabricante com 49 anos de história.

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Ericka Araújo
Líder de Comunicação do Canal Solar. Host do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado de energias renováveis. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

Uma resposta

  1. Não há a menor dúvida que a geração solar caminha, com predominância, para os sistemas híbridos com baterias, funcionando a rede das concessionárias como um backup e como se fosse um barra infinita. Concordo que o preço ainda é um obstáculo, mas como um regra da economia, o aumento da escala contribuirá para a diminuição dele. Há pesquisas intensas mundiais, como sempre, com destaque a China para que isso acontece em um curto e médio tempo. A independência em ter o fornecimento de energia a qualquer tempo é uma vantagem atrativa, sobretudo, para os setores industriais e comerciais com uma alta demanda e consumo. Vide os preços do KWh no horário na ponta e da demanda de ultrapassagem. É, em média, 4 vezes maior. Engenheiro, professor, mestre em ciências de engenharia elétrica – sistema de potência-COPPE/UFRJ, projetista em geração solar, eficiência energética, estação de carregamento de veículos elétricos, inclusive com carpot parra geração solar.

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