Ao todo, o pacote de investimentos projetado soma R$ 7,06 bilhões, incluindo reforços para o atendimento do sistema do Mato Grosso do Sul.
A futura conexão elétrica entre Brasil e Bolívia deve mobilizar investimentos bilionários nos próximos anos, segundo estudos da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). O projeto surge como resposta a uma série de limitações no atendimento ao Mato Grosso do Sul e avança em paralelo ao memorando de entendimento firmado entre os dois países, em 2024, para viabilizar uma interconexão internacional.
Os levantamentos técnicos apontaram desafios relevantes para os próximos anos na região do Mato Grosso do Sul, incluindo sobrecargas na DIT 138 kV Campo Grande 2 – Mimoso 2 – Jupiá, na transformação 440/240 kV de Ilha Solteira 2 e na LT 138 kV Dourados–Guaíra.
Para enfrentar essas restrições e, ao mesmo tempo, estruturar a integração com a Bolívia, a EPE propôs um plano de expansão que contempla tanto reforços internos quanto a infraestrutura da ligação binacional.
O objetivo é duplo: atender localidades do norte boliviano e preparar o sistema sul-mato-grossense para novos empreendimentos de geração até 2039. A solução considerada mais adequada utiliza tecnologia VSC (Voltage Source Converter), necessária porque Brasil e Bolívia operam em frequências distintas – 60 Hz e 50 Hz, respectivamente.
Para a EPE, a tecnologia representa um avanço relevante, pois “permite um controle mais preciso do fluxo de potência e maior flexibilidade na operação do sistema sob a ótica de controle de tensão e de estabilidade, o que é crucial para a integração de redes com características operacionais distintas, como são o caso do Brasil e da Bolívia”.
Ao todo, o pacote de investimentos projetado soma R$ 7,06 bilhões, sendo R$ 2,79 bilhões destinados especificamente à interligação internacional e R$ 4,27 bilhões voltados a obras sistêmicas que ampliarão a capacidade de escoamento da geração e a confiabilidade do atendimento no Mato Grosso do Sul.
“Os resultados desse estudo totalizam cerca de R$ 7 bilhões de investimentos em transmissão de energia no estado do Mato Grosso do Sul e representam mais um passo importante para viabilizar a integração eletroenergética entre os países, que possui importância estratégica, para ambos, por promover a segurança energética, otimização de recursos e desenvolvimento econômico e social”, disse a EPE.
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