Itaipu defende papel na queda das tarifas, mas é alvo de críticas no Congresso
Usina afirma contribuir para reduzir custos, mas parlamentares questionam despesas
A Itaipu Binacional divulgou nota em que afirma que a geração de energia da usina “tem colaborado diretamente para a queda das tarifas de eletricidade no Brasil”.
Segundo a hidrelétrica, as distribuidoras que adquirem energia da usina vêm repassando reduções aos consumidores em razão da tarifa altamente competitiva estabelecida após a quitação da dívida histórica em 2023.
A estatal destacou que o valor atual, de US$ 19,28 por quilowatt, é um dos mais baixos do país e contribui para aliviar os custos de empresas e famílias em estados como Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O posicionamento foi divulgado no mesmo dia em que o Congresso Nacional realizou uma audiência pública sobre os gastos da binacional, na última quarta-feira, dia 29 de outubro.
A sessão reuniu especialistas e ex-dirigentes do setor elétrico que afirmaram que Itaipu mantém despesas bilionárias sem o aval do Congresso, em desacordo com o tratado que rege a operação da usina.
Essas despesas — estimadas em US$ 1,5 bilhão por ano — seriam custeadas por cerca de 130 milhões de consumidores brasileiros.
Durante o debate, o ex-diretor-geral da Aneel Jerson Kelman apontou que, mesmo totalmente amortizada, Itaipu ainda apresenta custos acima do esperado, o que encarece a energia repassada ao mercado cativo.
Já o presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, afirmou que a falta de renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu mantém a tarifa artificialmente alta.
Em defesa da gestão, o diretor financeiro de Itaipu, André Pepitone, reiterou que a usina pratica uma das tarifas mais baixas do país e que as ações socioambientais são amparadas por acordos bilaterais.
Ele ressaltou que, com o fim da dívida, o custo da energia da binacional caiu 33,5% e que o compromisso entre Brasil e Paraguai prevê manter o valor atual até 2026.
Recentemente o ministro Alexandre Silveira voltou a se manifestar sobre a questão da tarifa de repasse da Itaipu Binacional.
Ele afirmou que o governo brasileiro defenderá o fim dos gastos socioambientais da Itaipu a partir de 2027, durante a renegociação do Anexo C. Segundo Silveira, o objetivo é reduzir o preço da energia elétrica e direcionar os recursos da binacional exclusivamente à operação e manutenção da usina.
Na oportunidade, Silveira ressaltou ainda que a diretoria brasileira implementou um portal da transparência, com detalhamento público de todas as despesas da hidrelétrica.
Para o ministro, a energia de Itaipu é um insumo essencial para o desenvolvimento nacional, e a revisão desses gastos é necessária para que o Brasil mantenha uma matriz elétrica competitiva e atraente a novos investimentos — especialmente nos setores industrial e de tecnologia.
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