Energizado em 10 de setembro, o sistema de transmissão que interliga Manaus (AM) a Boa Vista (RR) já demonstra ganhos concretos para a segurança do fornecimento no SIN (Sistema Interligado Nacional).
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), duas ocorrências recentes evidenciaram a importância da nova interligação ao evitar a perda de carga: a indisponibilidade de linhas de transmissão no Pará e a redução na pressão do fornecimento de gás na região de Manaus.
“Devido à queda na pressão do gás no Amazonas, houve o desligamento automático de usinas termelétricas. Com a interligação, foi possível elevar a geração em cerca de 55 MW nas usinas do Sistema Roraima, mantendo o equilíbrio do fluxo nas linhas de transmissão”, explicou o diretor de Operação do ONS, Christiano Vieira.
Segundo o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, a integração entre os sistemas já vem garantindo mais estabilidade e controle de fluxo entre Amazonas e Roraima, o que se traduz em maior segurança energética e operacional.
Com 724 quilômetros de extensão, em circuito duplo de 500 kV, o linhão completa o mapa energético do país, que agora soma mais de 170 mil quilômetros de linhas de transmissão.
O empreendimento recebeu investimentos da ordem de R$ 3,3 bilhões e envolveu a instalação de 1.390 torres, conectando a subestação Eng. Lechuga, em Manaus, à subestação Boa Vista, em Roraima, atravessando nove municípios nos dois estados.
Último estado brasileiro ainda isolado do SIN, Roraima conviveu por décadas com apagões e limitações elétricas – resultado da dependência de térmicas a combustíveis fósseis, caras e poluentes, e da instabilidade da linha de Guri, na Venezuela, que atendia a região de forma intermitente.
A entrada em operação do linhão representa um marco histórico para o Norte do país, encerrando um longo período de vulnerabilidade energética e abrindo caminho para um suprimento mais seguro e sustentável.
O projeto foi leiloado em setembro de 2011 pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e arrematado pela Transnorte Energia (TNE) – consórcio formado por Alupar (51%) e Eletronorte (49%) –, com entrega originalmente prevista para 2015. Problemas no licenciamento ambiental, contudo, especialmente quanto a travessia de cerca de 122 km por terras indígenas Waimiri-Atroari, impediram o avanço das obras.
Aprofunde seu conhecimento
Linhão Manaus–Boa Vista inicia operação e conecta Roraima ao SIN
Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: redacao@canalsolar.com.br.