Mercado de baterias avança nos EUA e aponta tendências para o Brasil

Eduardo Nicol analisa diferenças entre os mercados e destaca uso da inteligência artificial
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Mercado de baterias avança nos EUA e aponta tendências para o Brasil
Imagem: Canal Solar

“O futuro são as baterias. Eu não tenho mais dúvida. Lá fora, a gente já opera quase 100% em bateria e, ocasionalmente, vende energia solar”, essa é a análise de Eduardo Nicol, CEO da RENEW Energia e CFO da SUN-I Solar Energy USA.

Durante o episódio #125 da quarta temporada do podcast Papo Solar, transmitido na terça-feira (08), Nicol esteve presente para analisar tendências, comparar os mercados brasileiro e americano e destacar as oportunidades que surgem com o avanço das soluções híbridas.

Em países como os Estados Unidos, o armazenamento de energia é o foco dos integradores e consumidores, realidade que pode ser explorada no Brasil.

Brasil x EUA no mercado 

De acordo com o especialista, a maior atuação no mercado americano é retrofit e upsell, ou seja, implementar melhorias em unidades consumidoras que já têm energia solar. “O principal é a implementação de baterias. Eu diria que nosso foco nos EUA hoje não é vender solar, mas vender soluções de energia”, explicou.

Soluções híbridas com baterias

Conforme ele, o principal é o integrador entender o que é um sistema híbrido, porque a maioria esmagadora ainda não entende e pensa que híbrido é só backup. “Serve para muito mais, o backup é só cerejinha do bolo”.

O profissional explica que é possível usar baterias para armazenar energia durante o horário fora ponta e utilizar em períodos do dia onde a tarifa é mais alta. A partir disso, podem ser reduzidos os custos operacionais, os encargos tributários previstos na lei 14.300 e impactos da inversão de fluxo.

“Estamos falando de uma energia que custa às vezes duas, três vezes mais caro do que o horário fora ponta. Então, essa aplicação de arbitragem tarifária é uma aplicação que muita gente ainda desconhece do híbrido”, relatou.

“Em São Paulo, se uma sorveteria ficar uma semana sem luz, são milhares de reais de prejuízo. Você perde de sorvete por não ter uma bateria instalada no seu negócio”, exemplificou Nicol.

“Uma solução de armazenamento pode ser caro para mim ou para você, mas será que é caro para quem tem uma casa de 20 milhões? Não é. Você tem que analisar a dor e a capacidade do seu cliente. Não analise a venda que você vai fazer pelo seu bolso”, complementou. 

Para Laís Andrade, engenheira da CS Consultoria, que também participou do Papo Solar, o maior medo dos integradores é começar. “Se você não se sente seguro, fez o curso do Canal Solar e ainda não conseguiu destravar, contrate uma consultoria, porque quando você vê a primeira vez, na segunda já consegue fazer sozinho”, acrescentou ela.

Amadurecimento do cenário brasileiro 

Eduardo Nicol reforça que existem várias formas de ganhar dinheiro com baterias que ainda nem chegaram ao Brasil, como os serviços ancilares de qualidade, de tensão e frequência. 

Mas por outro lado, a geração compartilhada de energia nos Estados Unidos é embrionária. “Só agora estão começando a surgir comunidades onde você consegue, de forma integrada com a distribuidora, fazer essa distribuição de energia de créditos. Então, eu diria que, nesse ponto, o Brasil tem um modelo de negócio bem à frente deles”, destacou.

Apesar disso, o profissional frisou a necessidade de capacitação para atuar no mercado brasileiro, um ponto que ainda precisa de atenção, já que certificações não são exigidas para atuar. 

“Nos Estados Unidos, se você trabalhar sem licença, você é preso. Lá a empresa é obrigada a ter uma gama de seguros obrigatórios, então é um outro mercado com outro nível de exigência”, acrescentou.

Inteligência artificial

Para Nicol, a IA (inteligência artificial) tem múltiplas aplicações na área de energia solar. “No comercial, por exemplo, são processos de vendas repetitivos e com uma base de dados. Hoje, isso é totalmente substituível pela IA”, afirmou.

“Além disso, a IA pode se interconectar com o sistema de monitoramento, absorver a base de dados e fazer comparações para inferir de um determinado equipamento ou composto que está se degradando. Para visualizar isso a olho nu, não tem jeito. Não é a inteligência artificial que vai roubar seu emprego, é não saber usar ela que vai” concluiu.

Assista ao episódio completo

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Foto de Emily Castro
Emily Castro
Graduanda em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na produção de matérias para portais jornalísticos, rádio e podcasts. Também atua como produtora do Podcast Papo Solar e dos projetos Solar em 60 e Estude com o Canal.

Uma resposta

  1. Hoje eu tenho um pequeno sistema que alimenta meu apartamento e não preciso mi preoculpar com falta de energia, e já faz alguns meses que adotei a tarifa branca, meus 20% de desconto já tenho. Isso que pensar fora da caixa.

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