Geração distribuída de energia: entenda as vantagens

Neste artigo, você vai entender o que é geração distribuída, quais são suas principais modalidades
Homem e mulher jovens, abraçados e sorrindo olhando para a câmera, em frente a uma casa com painel de energia solar no telhado
Foto: Adobe Stock

A geração distribuída tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil como uma alternativa inteligente, econômica e sustentável à tradicional geração centralizada de energia.

Nesse modelo, consumidores podem produzir sua própria eletricidade (geralmente a partir de fontes renováveis, como a solar fotovoltaica) e utilizar essa energia no mesmo local ou compartilhá-la com outras unidades.

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia, a redução dos custos de instalação e o crescente interesse por soluções mais limpas impulsionaram o crescimento da GD em todo o país.

Para acompanhar essa evolução, foi sancionada a Lei 14.300/2022, que estabeleceu o novo Marco Legal da Geração Distribuída.

Essa legislação trouxe mais segurança jurídica, definiu regras claras para compensação de créditos e criou um ambiente mais estável para consumidores e investidores.

Neste artigo, você vai entender o que é geração distribuída, quais são suas principais modalidades, os impactos da lei e os inúmeros benefícios que esse modelo traz para quem busca economizar, gerar energia limpa e participar ativamente da transição energética brasileira. Continue lendo!

O que é geração distribuída?

A GD (geração distribuída) é um modelo de produção de energia elétrica em que o consumidor se torna também gerador, produzindo sua própria energia a partir de fontes renováveis, como a solar fotovoltaica, a mais utilizada no Brasil.

Diferente da geração centralizada (usinas distantes que enviam energia por longas redes de transmissão), na GD a usina é instalada próxima ao local de consumo, como no telhado de uma casa ou empresa.

Essa proximidade permite que o excedente de energia gerado seja injetado na rede elétrica, gerando créditos energéticos que podem ser abatidos em contas futuras.

Além de proporcionar economia, o modelo contribui para a descentralização do setor elétrico, torna o sistema mais eficiente e fortalece a matriz energética limpa e sustentável do país.

Quais são as modalidades da geração distribuída?

A legislação brasileira prevê diferentes formas de adotar a geração distribuída, permitindo que consumidores residenciais, comerciais, industriais ou rurais se beneficiem da energia própria mesmo quando não conseguem gerar no local de consumo.

Veja a seguir as principais modalidades reconhecidas pela ANEEL:

Geração junto à carga

Nesta modalidade, a unidade consumidora e a usina geradora estão no mesmo endereço físico. É o caso mais comum da GD: painéis solares instalados no telhado de uma casa, empresa ou fazenda abastecem diretamente aquele imóvel.

Quando a geração excede o consumo no momento, o excedente é enviado à rede elétrica da distribuidora e se transforma em créditos, válidos por 60 meses, que podem ser usados em períodos de menor geração (ex: à noite ou em dias nublados).

Geração compartilhada

Aqui, vários consumidores se unem por meio de consórcio ou cooperativa para compartilhar a energia gerada por uma única usina, geralmente instalada em local distinto das unidades consumidoras.

Essa modalidade é ideal para quem não possui espaço físico para instalar um sistema (como moradores de apartamentos ou empresas em centros urbanos).

Cada participante recebe uma parcela dos créditos de energia, proporcional à sua cota no empreendimento. Toda a operação deve ocorrer dentro da mesma área de concessão da distribuidora.

Autoconsumo remoto

Permite que uma pessoa física ou jurídica utilize a energia gerada em um endereço diferente daquele onde está consumindo.

Por exemplo: uma empresa pode instalar uma usina solar em um terreno rural e abater os créditos na fatura da matriz urbana, desde que ambos os pontos estejam na mesma área de concessão.

Essa modalidade é muito utilizada por empresas com múltiplas filiais, produtores rurais e investidores que desejam gerar energia em regiões com maior disponibilidade solar ou terrenos mais baratos.

Empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras

Aplicável a condomínios horizontais ou verticais, residenciais ou comerciais, essa modalidade permite que uma única usina abasteça diversas unidades consumidoras dentro do mesmo empreendimento, com CNPJ ou CPF distintos.

O sistema é instalado em área comum (como telhado de um prédio ou terreno de uso coletivo) e os créditos gerados são rateados entre os condôminos, conforme percentuais definidos em contrato ou assembleia.

É uma forma eficiente de levar os benefícios da GD para moradores e empreendedores que compartilham um mesmo espaço físico.

O que mudou com o marco legal da geração distribuída?

A Lei nº 14.300/2022, conhecida como Marco Legal da Geração Distribuída, foi sancionada para estabelecer diretrizes claras, estáveis e de longo prazo para o crescimento da GD no Brasil.

Antes dela, o setor era regido por resoluções normativas da ANEEL (especialmente a REN 482/2012) o que deixava o mercado vulnerável a mudanças regulatórias frequentes.

Entre os principais avanços da nova lei, destacam-se:

  • Segurança jurídica para consumidores e investidores, com regras transparentes e validade estendida;
  • Criação do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) com novos critérios para cálculo e abatimento de créditos;
  • Transição gradual para pagamento da TUSD Fio B, que representa os custos de uso da rede elétrica;
  • Estímulo à formação de comunidades energéticas, como consórcios e cooperativas;
  • Prazos bem definidos para implantação de novas regras, por exemplo, quem solicitou acesso até 7 de janeiro de 2023 permanece no modelo de compensação integral até 2045.

Quais são as vantagens da geração distribuída de energia?

Dois painéis de captura de energia solar em cima de telhado branco
Foto: Adobe Stock

A geração distribuída vai muito além da economia na conta de luz. Ela contribui diretamente para a modernização do setor elétrico brasileiro, estimula a transição energética, promove autonomia para consumidores e impacta positivamente a economia e o meio ambiente.

Abaixo, destacamos os principais benefícios do modelo:

Redução de perdas

Cerca de 7% a 15% da energia gerada no Brasil se perde no caminho entre as usinas e os pontos de consumo, principalmente por conta da extensão da malha elétrica.

A GD resolve esse problema ao gerar energia próximo da carga, o que diminui as perdas técnicas e alivia a sobrecarga nas redes de transmissão e distribuição, tornando o sistema mais eficiente e confiável.

Ampliação de investimentos

A descentralização da geração elétrica cria oportunidades para diversos perfis de negócio: fabricantes de equipamentos, integradores, distribuidores, empresas de O&M e fintechs especializadas em financiamento.

Desde 2012, a geração distribuída já movimentou mais de R$ 60 bilhões em investimentos no Brasil, com forte tendência de crescimento nos próximos anos.

Trata-se de um setor com alto potencial de retorno e geração de valor local.

Expansão da matriz energética

A geração distribuída contribui para tornar a matriz elétrica brasileira mais diversificada, descentralizada e resiliente.

Em vez de depender exclusivamente de grandes usinas hidrelétricas ou termelétricas, o país passa a contar com milhares de pequenos geradores distribuídos geograficamente, o que reduz riscos de apagões, aumenta a segurança energética e favorece a estabilidade do sistema mesmo em períodos críticos de seca ou sobrecarga.

Energia limpa

Mais de 99% da geração distribuída no Brasil usa fontes renováveis, especialmente a solar fotovoltaica.

Ao adotar esse modelo, o consumidor contribui ativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, evitando a necessidade de ativação de termelétricas, que são poluentes e mais caras.

Ou seja, é uma escolha que alia economia com responsabilidade ambiental e combate às mudanças climáticas.

Geração de empregos

O setor de energia solar é um dos que mais gera empregos por megawatt instalado. A GD estimula contratações locais em diversas etapas do processo, desde a fabricação e logística até o projeto, instalação, manutenção e capacitação técnica.

Segundo a ABSOLAR, o setor fotovoltaico já é responsável por mais de 780 mil empregos acumulados no Brasil, sendo boa parte ligada à geração distribuída.

Isso impacta diretamente o desenvolvimento regional e a economia das pequenas e médias cidades.

Quais fontes podem ser usadas na geração distribuída de energia?

Silhueta de homem vestido com capacete de proteção ao lado de painéis solares, com a mão direita sob um deles
Foto: Adobe Stock

A geração distribuída pode ser implementada com diferentes fontes renováveis e limpas, desde que atendam aos critérios técnicos e regulatórios estabelecidos pela ANEEL. A seguir, listamos as principais:

Energia solar fotovoltaica

É a fonte mais utilizada no Brasil para Geração Distribuída e representa mais de 99% das conexões.

Utiliza a radiação solar para gerar eletricidade por meio de painéis fotovoltaicos. Pode ser instalada em telhados, solo ou coberturas, com alta modularidade e baixa manutenção.

Energia eólica

Embora menos comum no modelo distribuído (por demanda de espaço e constância de vento), é viável em propriedades rurais ou empreendimentos com boa condição de vento. Requer avaliação técnica cuidadosa para garantir retorno.

Biomassa e biogás

Usinas que utilizam resíduos orgânicos, agrícolas ou de esgoto para gerar eletricidade ou calor.

São especialmente úteis em regiões rurais e agroindustriais, promovendo aproveitamento energético de resíduos.

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs)

Representam soluções de maior porte, com capacidade instalada limitada para se enquadrar na GD. São indicadas para projetos em áreas com potencial hídrico e viabilidade ambiental.

Cogeração qualificada

Sistemas que geram simultaneamente energia elétrica e térmica a partir de uma única fonte, como gás natural, biomassa ou biogás.

Quando otimizados, apresentam alta eficiência energética e podem ser usados em indústrias e hospitais, por exemplo.

O uso de cada fonte depende de variáveis como: local de instalação, perfil de consumo, escala do projeto, regulamentações locais e viabilidade econômica.

Em todos os casos, é essencial contar com equipamentos certificados e fornecedores de confiança.

Confira nosso guia completo de fabricantes e distribuidores de energia fotovoltaica  no Brasil e encontre os parceiros ideais para seu projeto de geração distribuída!

Conclusão

A geração distribuída é uma mudança de paradigma.

Com ela, o consumidor deixa de ser apenas um pagador de tarifas e se torna protagonista na produção e gestão da própria energia.

Além da economia direta na conta de luz, a GD impulsiona o desenvolvimento regional, estimula o uso de fontes limpas, reduz as perdas no sistema elétrico e gera milhares de empregos qualificados no Brasil.

E com a regulamentação trazida pela Lei 14.300, o setor ganha ainda mais previsibilidade para crescer de forma sólida e profissional.

Seja para residências, empresas ou investidores, a hora de entender (e participar) dessa transformação energética é agora.

E o Canal Solar está aqui para guiar cada passo dessa jornada.

Foto de Redação Canal Solar
Redação Canal Solar
Conteúdo assinado por especialistas e colaboradores do Canal Solar, com análises técnicas, reflexões práticas e experiências do setor de energia solar.

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