O MME (Ministério de Minas e Energia) publicou nesta semana a edição de 2025 da Resenha Energética Brasileira, documento que reúne os dados consolidados de 2024 e apresenta um amplo panorama do setor energético nacional.
O levantamento compila informações da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), além de trazer comparações com países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e médias globais.
Os dados confirmam que as fontes renováveis atingiram 50% da matriz energética brasileira em 2024 – um avanço de 0,9 p.p (ponto percentual) em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil se consolida em posição de destaque mundial, com uma participação de renováveis quase quatro vezes superior à média global (14,2%) e muito acima da verificada nos países da OCDE (13%).
Segundo o estudo, o crescimento foi impulsionado principalmente pela expansão da energia solar, que registrou aumento de 33,2%. A fonte eólica também avançou 12,4%, enquanto os óleos vegetais cresceram 28,35%. “Enquanto as fontes renováveis avançaram, as não renováveis mantiveram-se estáveis, com leve recuo no consumo de petróleo e derivados”, destacou o MME.
No setor de transportes, o consumo final de energia cresceu 2,7%, com forte avanço dos biocombustíveis: o etanol teve alta de 15,6% e o biodiesel, de 19,2%. O movimento foi reforçado pela sanção da Lei do Combustível do Futuro, que estabelece mandatos para biocombustíveis, biometano e diesel verde.
A mobilidade elétrica também ganhou destaque na edição. Em 2024, o Brasil licenciou 177 mil veículos elétricos e híbridos, crescimento de 88,8% em relação ao ano anterior, fazendo com que esses modelos já representem 7,1% do total de novos licenciamentos no país. O avanço indica uma mudança estrutural no perfil de consumo de energia no setor automotivo.
No campo da eficiência energética, o Brasil apresentou evolução consistente. O Índice ODEX, que mede os ganhos de eficiência do país, aponta que em 2023 o consumo energético estava 11,8% mais eficiente do que em 2005.
O resultado reflete o fortalecimento de políticas públicas, como o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), que desde 1986 já proporcionou uma economia acumulada de cerca de 263 bilhões de kWh.
Os dados mostram, na prática, que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Isso significa que o país emite menos gases de efeito estufa para cada unidade de energia que consome.
Em 2024, as emissões associadas ao uso da energia ficaram em 1,3 tonelada de CO₂ equivalente por tonelada equivalente de petróleo. Para efeito de comparação, esse índice foi de 2,1 nos Estados Unidos; 1,8 nos países da OCDE e 2,3 na média mundial.
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