Porto de Suape abre edital para construção de planta de hidrogênio verde

Investimento é de cerca de US$ 3,5 bilhões; empresas interessadas podem enviar propostas até 27 de setembro

O Porto de Suape publicou nesta terça-feira (30) um edital de chamamento público para empresas interessadas na construção de planta de hidrogênio verde (H2V) no arrendamento de área do seu Complexo Industrial Portuário.

Segundo o documento, as empresas interessadas em realizar a instalação de uma planta industrial produtora de hidrogênio verde têm até o dia 27 de setembro para encaminhar suas propostas.

O investimento estimado é de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, com 1 GW de capacidade de eletrólise e área de 72,5963 hectares. O arrendamento será por 25 anos, sendo possível prorrogação por igual período. A área situa-se fora da poligonal do Porto Organizado, sendo administrada diretamente pela estatal portuária.

Na futura fábrica, o H2V, o combustível do futuro, será produzido a partir da dessalinização da água do mar. O chamamento público também contempla duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul a partir da reforma de vapor metano como insumo para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.

“O hidrogênio verde é uma tendência mundial, com enorme potencial de investimentos para o país. Trazer para Suape esse tipo de empreendimento significa abrir um leque repleto de oportunidades para fomentar a cadeia produtiva, novos empregos e garantir a sustentabilidade do meio ambiente”, afirmou Geraldo Julio, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco.

Com alto potencial para geração de energia sem emissão de gás carbônico, o hidrogênio verde é obtido a partir da usina de eletrólise, que separa o oxigênio e o hidrogênio da água.

É chamado de verde porque a unidade que o produz funciona a partir de fontes de energia 100% renováveis. O H2V é insumo para muitas indústrias, principalmente no continente europeu, já existindo até como combustível para veículos. Também é usado para produzir amônia, um dos principais fertilizantes para o agronegócio, o qual o Brasil é um dos mais importante produtores mundiais.

De acordo com Roberto Gusmão, diretor-presidente de Suape, grandes empreendimentos já demonstraram interesse na área e alguns Memorandos de Entendimento foram assinados com a estatal.

“Suape é um grande condomínio que agrega diversas oportunidades de negócios promissores. Atualmente, são 224 empresas embarcadas na zona industrial, gerando mais de 40 mil empregos e renda para a população. A chegada de uma planta desse porte, além reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade, mostra que o porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes atracadouros do continente e do mundo”, destacou Gusmão.

Tech Hub

Recentemente, o Complexo Industrial Portuário de Suape lançou o TechHub, plataforma digital de comercialização para o hidrogênio verde, que será usada para gerir a produção, o transporte, o armazenamento e a gestão de hidrogênio verde na zona industrial portuária.

A iniciativa, em parceria com a CTG Brasil, Departamento Nacional do Senai, Senai Pernambuco e o Governo do Estado, tem objetivo de tornar Suape um espaço de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no combustível do futuro. Já há uma área destinada para implantação do empreendimento de pesquisas na área portuária. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 45 milhões.

“Com o lançamento do Tech Hub, demos um passo importantíssimo para transformar o complexo em um laboratório vivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no combustível sustentável. E, agora, com esse chamamento público, o complexo estará na vanguarda da produção de energia limpa, atraindo players de peso nos cenários nacional e internacional”, pontuou Carlos Cavalcanti, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da estatal portuária.

Imagem de Ericka Araújo
Ericka Araújo
Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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