Os financiamentos para projetos de energia renovável concedidos pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), por meio do programa Banco do Agricultor Paranaense, ultrapassaram a marca de R$ 300 milhões em créditos.
A iniciativa, lançada em 2021, é uma das principais ferramentas do Governo do Paraná para fomentar o agronegócio e o desenvolvimento sustentável no estado. Até o momento, foram 2.171 projetos aprovados com crédito subsidiado.
Desse total, cerca de R$ 80 milhões correspondem a subvenções econômicas viabilizadas pela Fomento Paraná, com recursos do FDE (Fundo de Desenvolvimento Econômico) — mecanismo que permite a devolução parcial ou total dos juros pagos pelos produtores.
A chamada equalização de juros é o principal diferencial do programa. Na prática, o Governo do Estado devolve parte — ou a totalidade — dos juros pagos no financiamento, de acordo com critérios como o porte do produtor, a atividade financiada e a região onde o projeto será executado.
Municípios com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) abaixo da média estadual recebem incentivos ainda maiores, como forma de estimular o desenvolvimento regional.
“Em regiões com mais obstáculos, a equalização de juros garante que os produtores tenham condições de investir sem ficar em desvantagem. É uma forma de fazer o desenvolvimento acontecer de maneira mais equilibrada”, explica o diretor administrativo do BRDE, Heraldo Neves.
Além dos agricultores familiares, produtores de maior porte também podem acessar os benefícios, desde que invistam em áreas estratégicas como energia solar, biomassa, irrigação e turismo rural.
Energia solar lidera projetos financiados
Os projetos de energia renovável, em especial os de energia solar, lideram os investimentos aprovados no âmbito do Banco do Agricultor. Para o vice-presidente do BRDE, Renê Garcia, a adoção da tecnologia reflete uma busca crescente por autonomia energética e redução de custos.
“A adesão à energia renovável cresceu porque alia economia e autonomia no campo. Por ser acessível e ter retorno previsível, o investimento se torna viável e ajuda a enfrentar um dos principais desafios do produtor, o alto custo com eletricidade. A economia vira reinvestimento, e o ciclo produtivo melhora”, destaca ele.
A biomassa também tem ganhado espaço, principalmente em regiões com atividades intensivas em resíduos orgânicos. Além disso, setores como a avicultura em larga escala e a suinocultura se beneficiam indiretamente do programa, quando utilizam sistemas de energia solar para alimentar estruturas como criadouros e galpões.
Esses projetos, mesmo que voltados à produção animal, podem ser enquadrados como de energia renovável e, portanto, são elegíveis à subvenção. Além disso, a pecuária leiteira também se destaca entre os beneficiados, com os recursos sendo aplicados na modernização de processos, aquisição de equipamentos e aumento da produtividade.
Como acessar os recursos?
Para acessar os benefícios do Banco do Agricultor, os produtores devem procurar uma das cooperativas de crédito conveniadas ao BRDE. A lista completa das instituições está disponível no site oficial do banco.
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