Cerca de 1,965 milhão de pessoas são atualmente atendidas por 160 Sistemas Isolados de energia elétrica no Brasil, número que representa 52 sistemas a menos em comparação com 2022.
O dado consta de um planejamento conjunto divulgado nesta terça-feira (30) pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com diretrizes e projeções para garantir o suprimento de energia nessas localidades nos próximos anos.
O documento menciona a ampliação gradual do uso de fontes renováveis, como solar fotovoltaica, associadas ou não a sistemas de armazenamento, como forma de reduzir o consumo de combustíveis fósseis e melhorar a eficiência do atendimento.
Essas soluções, no entanto, ressalvam o MME e EPE, exigem planejamento cuidadoso para assegurar estabilidade e confiabilidade, dadas as particularidades operativas dos sistemas isolados.
Prioridade
Os Sistemas Isolados são áreas que não estão conectadas ao SIN (Sistema Interligado Nacional) e dependem de arranjos locais de geração para o atendimento à demanda.
Em geral, elas estão concentradas principalmente na Região Norte, em localidades remotas e de difícil acesso, onde a extensão das redes elétricas é tecnicamente complexa ou economicamente inviável.
Apesar da redução no número de sistemas, o contingente populacional atendido segue expressivo, aponta o documento, o que mantém o tema como prioridade no planejamento energético nacional.
Segundo informam MME e EPE, a diminuição de sistemas ao longo dos últimos anos decorre também da interligação de algumas localidades ao SIN, processo que reduz custos operacionais, amplia a confiabilidade do suprimento e diminui a dependência de geração local baseada em combustíveis fósseis.
Ainda assim, o planejamento reconhece que uma parcela relevante da população continuará dependendo de soluções isoladas no médio prazo.
Segurança
O documento detalha as estratégias adotadas para assegurar a continuidade e a confiabilidade do fornecimento de energia nos Sistemas Isolados. Entre os pontos centrais está a necessidade de garantir contratos de suprimento adequados, planejamento antecipado da expansão da geração e monitoramento constante das condições operativas dessas regiões.
Os Sistemas Isolados apresentam características específicas, como crescimento irregular da carga, desafios logísticos para transporte de combustíveis e maior vulnerabilidade a falhas operacionais.
O planejamento energético precisa, portanto, considerar cenários diferenciados, com margens adicionais de segurança e soluções adaptadas à realidade local. Outro aspecto destacado é o papel das usinas termelétricas, que ainda respondem pela maior parte da geração nesses sistemas.
Embora reconheça os custos elevados e os impactos ambientais associados, o planejamento MME/EPE assinala que essas usinas seguem sendo essenciais para garantir o atendimento contínuo, especialmente em localidades onde alternativas estruturantes ainda não estão disponíveis.
Transição energética
A redução de 52 sistemas em relação a 2022 é apresentada como um indicativo de avanço na política de integração elétrica, mas o documento deixa claro que a eliminação completa dos Sistemas Isolados não ocorrerá no curto prazo.
Nesse contexto, o desafio se concentra em equilibrar três objetivos principais: garantir a segurança energética das populações atendidas, controlar os custos do suprimento e avançar gradualmente na transição para uma matriz mais limpa.
A estratégia inclui tanto a avaliação de novas interligações ao SIN quanto o aprimoramento das soluções locais de geração. Outro aspecto mencionado é a importância de monitorar continuamente a evolução demográfica e econômica dessas regiões, uma vez que mudanças no perfil de consumo podem exigir ajustes no planejamento.
A expansão de atividades produtivas ou o crescimento populacional em áreas isoladas pode pressionar a infraestrutura existente, exigindo investimentos adicionais.
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