O ano de 2025 caminha para ser um dos mais produtivos da história da geração eólica no Brasil, impulsionado por condições atmosféricas excepcionais. Dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostram que a participação da energia dos ventos mais que dobrou em 20 meses, passando de 10% em fevereiro de 2024 para 22% em outubro de 2025.
De acordo com o meteorologista Paulo Lombardi, da consultoria Tempo OK, o resultado é fruto da persistência de sistemas de alta pressão anômala sobre o oceano Atlântico, que intensificaram os ventos alísios no Nordeste.
“Essa condição fez com que os ventos ganhassem mais força não só nos meses tradicionalmente favoráveis, mas também em períodos atípicos, como fevereiro e maio, o que aumentou a produtividade das turbinas”, explica Lombardi.
Segundo ele, o aumento na geração não se deve apenas à expansão da capacidade instalada, que subiu de 29.550 MW em 2024 para 34.253 MW em 2025, mas também ao ganho real de eficiência operacional dos parques, sustentado por um desempenho consistente ao longo do ano.
Eólica ganha protagonismo
Em 2025, a energia eólica apresentou resultados expressivos inclusive fora da tradicional “safra dos ventos”. Em abril, respondeu por 14% da carga total, quase o dobro do registrado no mesmo mês de 2024. Já em julho, mesmo com queda na demanda elétrica, a participação da fonte aumentou para 21%, reforçando sua importância para o equilíbrio do sistema.
Com a redução das chuvas no período seco, especialmente no Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste, a eólica tem ajudado a compensar a menor geração hidrelétrica e a reduzir o acionamento de termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Atualmente, o Brasil ocupa a oitava posição entre os maiores produtores de energia eólica do mundo, com destaque para o Nordeste. Segundo o PNE (Plano Nacional de Energia), a capacidade instalada do SIN (Sistema Interligado Nacional) deve alcançar 268 GW até 2029, com crescimento concentrado em fontes renováveis.
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