Com a expansão acelerada da energia solar no Brasil, cresce também a atenção com a durabilidade e segurança das estruturas metálicas utilizadas nas usinas fotovoltaicas. Problemas relacionados à corrosão, falhas mecânicas e baixa vida útil têm se tornado cada vez mais frequentes, gerando prejuízos e exigindo intervenções em projetos recém-executados.
Nesse cenário, o debate sobre a escolha de materiais, processos de fabricação e engenharia aplicada tem ganhado espaço entre fabricantes, integradores e investidores. Para entender melhor os desafios do setor e o caminho para soluções mais eficientes, o Canal Solar conversou com Ricardo Dias, CEO do Grupo Metal Light.
Na entrevista, ele explica por que a galvanização a fogo se tornou um diferencial estratégico, fala sobre a necessidade de um cálculo estrutural preciso e comenta a tendência de “premiurização” dos produtos – um movimento natural em um mercado que passa a valorizar não apenas o menor custo, mas a performance e a longevidade das instalações.
Confira a seguir a entrevista completa:
Quais são os principais diferenciais das estruturas metálicas da Metal Light em relação à durabilidade, resistência e facilidade de instalação?
A empresa tem 34 anos e, em 2019, entramos no setor. Para nós, era evidente que havia espaço para um produto premium, porque era notório que haveria “recall” de parques solares em função de baixa qualidade das estruturas em geral.
Não se constrói uma casa com alicerces duvidosos, a lógica da estrutura é a mesma. Por isso, fabricamos em aço estrutural, o mesmo usado em caçambas, pontes e em indústria de base. Isso nos garante resistência mecânica adequada, alinhada a engenharia de ponta com máquinas precisas para garantir facilidade de instalação e alinhamento na planta.
O setor solar exige materiais de alta resistência a intempéries. Como a empresa garante a longevidade e segurança das suas estruturas, especialmente em regiões com condições climáticas adversas?
Somos um player do setor de estruturas que aposta firmemente na galvanização a fogo. Diferentemente de grande parte do mercado, investimos na construção de uma planta dedicada exclusivamente a esse processo, por entendermos que é a única solução verdadeiramente eficaz para garantir durabilidade a longo prazo.
Não é por acaso que não se vê guard rails, semáforos ou braços de iluminação feitos com aço galvanizado em usina. O motivo é simples: cortes, estampas, soldas, transporte e empilhamento comprometem pontos específicos do material, removendo a camada de zinco e deixando o aço vulnerável à corrosão.
No setor, é comum ouvir que o maior consumidor de aço do mundo não é a China nem a Índia – é a ferrugem. E é justamente contra ela que direcionamos nossos esforços técnicos e estruturais.
A Metal Light é reconhecida pelo atendimento personalizado e projetos customizados. Como funciona esse processo e quais os principais desafios ao trabalhar com soluções sob medida?
Somos muito procurados por nossa veia de desenvolvimento e prototipagem. Quando se trabalha com inovação pensando nas soluções específicas, você consegue mais market share. Claro que não é fácil customizar, mas o parque fabril é moderno e isso ajuda muito. Temos uma engenharia muito forte e sempre apostamos muito nisso.
O que a empresa enxerga como tendência para o futuro das estruturas para energia solar no Brasil e como pretende se posicionar nesse cenário?
Vemos a “ premiurização “ dos produtos ligados a estruturas e componentes de tecnologia. A seleção natural está operando e os mais fortes e competentes terão maior participação de mercado. Sempre nos posicionaremos como uma empresa que pensa em gente, produtos e clientes. Em qualquer setor em que atuamos, esse é o nosso foco.
Com um mercado cada vez mais competitivo, quais são as estratégias da Metal Light para continuar crescendo e se destacando no setor fotovoltaico?
Nosso desafio é qualificar o mercado consumidor explicando as vantagens de se ter estruturas com um bom cálculo estrutural e galvanizadas a fogo. Vemos todos os dias clientes arrependidos de terem investido muito dinheiro em aço galvanizado de usina e tendo dor de cabeça.
Nos esforçamos todos os dias para sermos competitivos em preço e prestar um atendimento surpreendente. Temos hoje fãs e não clientes, para isso nosso time tem que suar a camisa todos os dias, mas é gratificante.
No entanto, ver os clientes que tiveram experiência de compra conosco voltando para fazer negócios é algo que nos inspira. Nosso time está cada dia mais preparado para mais escala de produção, que é nosso objetivo. Estamos em um dos melhores momentos da companhia.
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