Com informações da Agência Reuters
O vice-presidente da República e ministro do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (24) que os preços da energia elétrica e dos alimentos sejam desconsiderados no cálculo da inflação para permitir ajustes mais precisos na taxa básica de juros, a Selic.
A declaração foi feita durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo. Alckmin sugeriu que o Banco Central avalie essa possibilidade, citando como exemplo o modelo adotado pelos Estados Unidos, onde se utiliza dois índices principais para acompanhar a inflação: o índice cheio (headline inflation) e a inflação subjacente (core inflation).
A inflação subjacente desconsidera os setores de energia elétrica e de alimentos por serem itens altamente voláteis, afetados por fatores externos como clima e conflitos geopolíticos.
Para Alckmin, a adoção de metodologia semelhante no Brasil permitiria ao Banco Central tomar decisões de política monetária com mais estabilidade e foco nos núcleos da inflação.
“Eu acho que é uma medida inteligente a gente realmente aumentar o juro naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”, afirmou o vice-presidente. “Entendo, sim, que é uma medida que deve ser estudada pelo Banco Central brasileiro.”
Alckmin também comentou o atual patamar da Selic, atualmente em 14,25% ao ano, classificando-o como um obstáculo para a economia, embora tenha reconhecido que o controle inflacionário é essencial.
Em fevereiro, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), avançou 1,31%, após alta de 0,16% em janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado representa a maior variação para o mês desde 2003, quando o índice foi de 1,62%. O principal fator para o aumento no mês foi o preço da energia elétrica residencial, que teve alta de 16,8% em relação a janeiro.
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