De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil lidera o ranking mundial de incidência de raios, com cerca de 78 milhões de descargas elétricas por ano.
Esse número alarmante tem gerado discussões sobre como reduzir os riscos de mortes e minimizar os danos materiais causados por essas ocorrências.
Nesse cenário, cresce a relevância de soluções como os DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos). Em entrevista ao Canal Solar, Douglas Lara, coordenador de Engenharia de Aplicação da CLAMPER, abordou os impactos desses eventos e como a tecnologia pode minimizar prejuízos e aumentar a segurança elétrica.
Como os DPS ajudam a reduzir danos?
Os dispositivos de proteção contra surtos são projetados para proteger sistemas elétricos e equipamentos contra sobretensões transitórias, desviando correntes de impulso, como aquelas provocadas por descargas atmosféricas e surtos de comutação.
De acordo com Lara, a seleção adequada dos DPS deve levar em conta as condições ambientais, a taxa de falha aceitável dos equipamentos protegidos e dos próprios dispositivos.
Principais benefícios de adotar um DPS
A instalação dos DPS é uma das medidas mais eficientes para mitigar os efeitos dos surtos elétricos e proteger equipamentos, conforme estabelecido pelas normas NBR 5419 e NBR IEC 61643-12, por exemplo.
“Além de ser uma solução técnica eficaz, o DPS se adapta a diferentes níveis de proteção, desde a prevenção de descargas diretas (Classe I) até a proteção fina e específica para equipamentos sensíveis (Classe III)”, explicou.
“Sua correta aplicação, conforme estabelecido pela série NBR IEC 61643, garante conformidade com as melhores práticas de segurança elétrica, sendo uma medida indispensável tanto em ambientes residenciais quanto corporativos para garantir a integridade dos aparelhos e evitar falhas operacionais críticas”, destacou o especialista.
Estudo comprova eficiência em sistemas FV
O estudo “Análise de desempenho de inversores solares sob sobretensões induzidas por raios” destaca a importância dos DPS no aumento da vida útil dos inversores no sistema fotovoltaico.
A pesquisa foi realizada pela UPE (Universidade de Pernambuco) em parceria com a CLAMPER e destacam-se os seguintes pontos:
- O uso de DPS mostrou um desvio de mais de 93% da energia do surto no lado de corrente contínua e mais de 99% no lado de corrente alternada;
- Sem a utilização de DPS, os inversores suportaram menos de 8 pulsos de classe II. Com os DPS, essa suportabilidade aumentou para 100 pulsos ou mais.
“Esses resultados comprovam a eficácia dos DPS para proteger inversores solares, promovendo maior segurança e durabilidade nos sistemas de energia solar, além de reforçar o compromisso da CLAMPER com a inovação e o incentivo à pesquisa científica”, concluiu o coordenador de Engenharia de Aplicação da companhia.
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