A Axia Energia, antiga Eletrobras, arrematou dois lotes no Leilão de Transmissão nº 4/2025, realizado nesta sexta-feira (31) na B3, em São Paulo. Além dela, sagraram-se vencedoras as empresas Rialma Participações, CPFL, EDP e os fundos FIP Warehouse e Shalom FIP Multiestratégia.
As propostas apresentadas resultaram em uma redução de 47,98% na RAP (Receita Anual Permitida), totalizando R$ 449 milhões, bem abaixo do teto de R$ 936 milhões estabelecido pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) – co-realizadora do certame em parceira com o MME (Ministério de Minas e Energia).
Segundo a agência, o deságio conquistado representa uma economia de R$ 11,5 bilhões para os consumidores de energia elétrica durante a vigência dos contratos de concessão.
Essa RAP, que será repassada aos consumidores por meio da tarifa de energia elétrica, remunerará as empresas responsáveis pela construção e manutenção das novas linhas de transmissão e subestações.
A assinatura dos contratos de concessão, com prazo de 30 anos, está prevista para 23 de fevereiro de 2026, e a operação comercial dos empreendimentos deve começar entre 42 e 60 meses após essa data.
O leilão destina-se à construção e manutenção de 1.082 quilômetros de linhas e seccionamentos e 2.000 MW em capacidade de transformação, além de sete compensadoras síncronas.
Os projetos estão localizados nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.
A expectativa, segundo a ANEEL, é de que sejam criados mais de 13 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção dos empreendimentos.
Lote 1: Shalom Fip Multiestratégia RL
A empresa Shalom Fip Multiestratégia RL venceu o Lote 1 do leilão com uma oferta de R$ 27,2 milhões, representando um deságio de 57,51% em relação à RAP (Receita Anual Permitida) de R$ 64 milhões. O investimento estimado para a execução do projeto é de R$ 352,3 milhões.
O empreendimento contempla a construção de uma linha de transmissão subterrânea de 345 kV, entre os municípios de Guarulhos e São Paulo, com 5,72 km de extensão.
O projeto visa reforçar a infraestrutura elétrica da Região Metropolitana de São Paulo, atendendo especialmente às sub-regiões Norte, Leste e Sul. A previsão é de 704 empregos diretos durante a execução das obras, que devem ser concluídas em 60 meses.
Lote 2: Rialma Administração e Participações S.A.
O Lote 2 foi arrematado pela Rialma Administração e Participações S.A., com uma oferta de R$ 85,9 milhões e um deságio de 36,73% sobre a RAP inicial de R$ 135,8 milhões. O valor estimado para os investimentos neste lote é de R$ 788,6 milhões.
Este lote prevê a construção de várias linhas de transmissão e subestações nos estados do Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Piauí, com destaque para a linha de transmissão 500 kV entre Santa Luzia II e Bom Nome II, com 228 km, além de outras obras nos estados da região Nordeste.
Estima-se a criação de 1.752 empregos diretos, com prazo de 54 meses para conclusão.
Lote 3: CPFL Transmissão S.A.
A CPFL Transmissão S.A. arrematou o Lote 3 com uma oferta de R$ 81,2 milhões, o que representa um deságio de 53,93% sobre a RAP inicial de R$ 176,2 milhões. O investimento previsto é de R$ 1,07 bilhão.
O projeto abrange a construção de subestações e linhas de transmissão nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, com obras como a subestação Erechim de 525/138 kV e linhas de transmissão 230 kV, incluindo a extensão da linha entre Caxias e São Sebastião do Caí.
O projeto deverá gerar 2.672 empregos diretos e será concluído em 48 meses para ser um impacto significativo na melhoria do fornecimento de energia nas regiões noroeste do Rio Grande do Sul e metropolitana de Porto Alegre.
Lote 4: FIP Warehouse
O Lote 4 foi arrematado pela FIP Warehouse, que apresentou uma oferta de R$ 116,2 milhões, com um deságio de 47,30% em relação à RAP de R$ 220,5 milhões. O investimento total estimado é de R$ 1,2 bilhão.
Este lote envolve a construção de uma linha de transmissão de 500 kV entre Jauru e Vilhena 3, com 344,5 km de extensão, além de outras obras no Mato Grosso e Rondônia.
O projeto contribuirá para a ampliação da capacidade de transmissão do subsistema Acre – Rondônia e deve gerar 2.491 empregos diretos, com prazo de execução de 60 meses.
Lote 5: EDP Transmissão Goiás
A EDP Transmissão Goiás venceu o Lote 5 com uma oferta de R$ 38,1 milhões, representando um deságio de 49,18% sobre a RAP de R$ 74,9 milhões. O valor do investimento estimado é de R$ 441,5 milhões.
O projeto abrange a construção de linhas de transmissão e subestações em Goiás, com destaque para a linha de transmissão Itapaci – Matrinchã 2 e a subestação Matrinchã 2. As obras deverão atender regiões como Itapaci, Firminópolis e Matrinchã, gerando 1.103 empregos diretos e com conclusão prevista em 48 meses.
Lote 6: Axia Energia (anteriormente Eletrobras CGT Eletrosul)
O Lote 6 foi arrematado pela Axia Energia (antiga Eletrobras CGT Eletrosul) que ofereceu as melhores propostas para dois sublotes:
- Lote 6A: Oferta de R$ 43,1 milhões, com deságio de 51,17% sobre a RAP de R$ 87,3 milhões.
- Lote 6B: Oferta de R$ 23,7 milhões, com deságio de 48,43% sobre a RAP de R$ 43,7 milhões.
O valor total dos investimentos nos sublotes é de R$ 542,5 milhões (Lote 6A) e R$ 282,8 milhões (Lote 6B). As obras envolvem a construção de duas subestações de 500 kV em Minas Gerais (Nova Ponte 3 e Paracatu 4), com a implantação de compensadores síncronos.
Estima-se a criação de 2.357 empregos diretos, com conclusão prevista para 42 meses.
Lote 7: Axia Energia (anteriormente Eletrobras CGT Eletrosul)
A Axia Energia também venceu o Lote 7, apresentando propostas vantajosas para os dois sublotes:
- Lote 7A: Oferta de R$ 48,2 milhões, com deságio de 44,81% sobre a RAP de R$ 87,3 milhões.
- Lote 7B: Oferta de R$ 23,7 milhões, com deságio de 45,79% sobre a RAP de R$ 43,7 milhões.
Com investimento estimado de R$ 536,5 milhões (Lote 7A) e R$ 268,5 milhões (Lote 7B), o projeto envolve a construção de subestações de 500 kV no Rio Grande do Norte, com foco na implantação de compensadores síncronos.
O prazo para execução é de 42 meses, com previsão de 2.299 empregos diretos.
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