Começa a valer nesta sexta-feira (22) o reajuste anual das tarifas da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), aprovado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) no início da semana.
Para os consumidores residenciais, a alta será de 12,3% — índice 2,3 vezes maior que a inflação acumulada nos últimos 12 meses: de 5,23%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O aumento médio para clientes de baixa tensão — como pequenos comércios e indústrias — será de 12,41%, enquanto para consumidores de alta tensão (grandes indústrias) o reajuste chega a 15,8%. No geral, a alta média para todos os consumidores será de 13,53%.
Segundo a Celesc, o principal fator para o aumento foi o crescimento dos encargos setoriais, que não ficam com a distribuidora e precisam ser repassados integralmente ao consumidor. Ainda assim, a companhia afirma que a tarifa residencial no estado segue abaixo da média nacional e que, sem os encargos, o reajuste seria de apenas 5,67%.
“Vale lembrar que, em 2023, os consumidores industriais tiveram uma redução média de 0,81% na tarifa, enquanto os residenciais receberam um reajuste de 3,64%, abaixo da inflação do período, que foi de 3,99%”, informou a companhia, em comunicado.
Energia elétrica cada vez mais cara
O aumento em Santa Catarina reforça uma tendência de encarecimento da energia no Brasil. Somente em 2025, a tarifa residencial já acumula alta de 10,18% entre janeiro e julho, mais de três vezes a inflação do período (3,26%), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Em julho, a energia foi um dos principais itens que pressionaram o índice de preços, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas). Na semana passada, a própria ANEEL alertou que a conta de luz deverá subir acima da inflação neste ano — movimento que repete o histórico dos últimos anos.
Um levantamento da Abraceel (Associação dos Comercializadores de Energia Elétrica) mostra, por exemplo, que, entre 2010 e 2024, a tarifa no mercado regulado aumentou 177%, contra 122% da inflação no mesmo período.
Isso significa que a conta de luz cresceu 45% acima da inflação oficial. Em um recorte ainda maior, desde 2003, a tarifa residencial acumulou alta de 269%, enquanto o IPCA avançou 218%.
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