A transição para um mundo com emissões líquidas zero abre uma oportunidade de investimento que totaliza quase US$ 200 trilhões até 2050 – ou quase US$ 7 trilhões por ano.
VEs (Veículos elétricos) e energia de baixo carbono serão os maiores mercados para investidores, seguidos por redes elétricas, de acordo com as últimas perspectivas da BNEF (BloombergNEF).
A empresa de pesquisa e análise modelou um caminho para o net zero até 2050 e descobriu que o mundo pode limitar o aquecimento a 1,77°C. Para isso, “a implantação de energia limpa precisa quadruplicar até 2030”, disse David Hostert, chefe global de economia e modelagem da BNEF e principal autor do relatório.
“Além disso, é preciso um grande investimento em CCS (captura e armazenamento de carbono), tecnologias nucleares avançadas e hidrogênio”, ressaltou.
Cenários destacados no relatório
Segundo a pesquisa, existem dois cenários:
- Cenário de Transição Econômica, que não pressupõe nenhuma nova ação política;
- Cenário Net Zero, que assume emissões globais líquidas zero até 2050.
O Cenário de Transição Econômica exige que o investimento anual dobre do nível de 2021 de US$ 2 trilhões por ano para US$ 4 trilhões, enquanto o Cenário Net Zero exige que o aporte anual mais do que triplique para US$ 6,7 trilhões por ano.
Segundo a BloombergNEF, os números dentro das barras mostram o investimento anual em cada década. Já os números acima das barras mostram o aporte total em cada década.
“Uma transformação tão colossal da economia global desencadearia uma demanda maciça por insumos relacionados, como metais. A demanda de lítio em 2050, apenas da transição energética, parece ser cerca de 17,5 vezes a demanda total em 2020, por exemplo”, relatou Hostert.
O gráfico, no caso, inclui demanda do setor de energia, redes e baterias (armazenamento estacionário de energia e veículos elétricos). Os dados nas colunas de 2020 mostram a demanda estimada dos setores de transição energética.
A linha de “demanda total de 2020” reflete a demanda global total em todos os setores, conforme relatado pelo US Geological Survey para cobre refinado e silício contido, níquel, cobalto e prata.
Na visão do especialista, esse crescimento exponencial da demanda por metais exigirá novas tecnologias que aumentem a escala de produção, sem comprometer a extração sustentável.
“Estamos naquela encruzilhada crítica na estrada onde o que fazemos hoje determina se o mundo está 2,6°C mais quente – sob o Cenário de Transição Econômica – ou se o aquecimento está limitado a menos de 2°C sob o Cenário Net Zero”, concluiu.