Segundo pesquisa realizada pela Greener, empresa de consultoria e pesquisa, o Brasil possui elevadas taxas de interrupção do fornecimento de energia elétrica quando comparado a outros países.
Dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostram que o território nacional fica em média 14 horas sem eletricidade por ano, isso sem contabilizar interrupções menores que 3 minutos ou flutuações de tensão, suficientes para interromper processos produtivos.
“É interessante comparar isso a outros países. Por exemplo, na Alemanha o consumidor sofre interrupções de apenas 13 minutos. Na Itália, é algo em torno de 25 minutos, e mesmo na China, o valor fica abaixo da média brasileira de 14 horas”, disse Markus Vlasits, diretor da NewCharge Projetos e um dos autores do estudo.
Para o especialista, o Brasil possui uma qualidade de abastecimento de energia que deixa bastante a desejar. “A média nacional é de 14 horas. Se destrincharmos por estado, vamos encontrar médias menores, como no Sudeste. Mas vamos ver estados, principalmente, no Centro-Oeste, Nordeste e Norte onde esses valores chegam até 70 horas sem eletricidade por ano, como é o caso da Ceron (Centrais Elétricas de Rondônia), que lidera o ranking”.
Solução
Para resolver tais adversidades, os sistemas de armazenamento podem ser uma alternativa viável. É o que afirma a Greener.
Isto porque, além de baratearem a conta de energia durante o horário ponta, assumem a função de UPS (fonte de alimentação ininterrupta) ou uma espécie de fonte de energia de emergência, reduzindo ou até zerando esses tipos de problemas, garantindo maior segurança energética e qualidade para os usuários.
“Isso abre, evidentemente, oportunidades de negócios muito interessantes, porque os sistemas de armazenamento descentralizados instalados nos pontos de consumo conseguem preencher essa lacuna, servir de backup de energia e fortalecer a rede elétrica”, destacou Vlasits.
“Existe no Brasil uma necessidade muito significativa de melhorar a estabilidade da rede elétrica e a qualidade de atendimento. Seria uma tarefa para as concessionárias de energia, tendo em vista que talvez não aconteça da forma tão célere como gostaríamos”, concluiu.