Com colaboração de Wagner Freire
O ritmo de crescimento da energia solar tem sido sem precedentes nos últimos anos. Embora tenha levado quase 70 anos — desde a primeira comercialização de células fotovoltaicas em 1954 — para atingir 1 TW de capacidade instalada, o segundo TW foi adicionado em apenas dois anos.
Em 2023, foram instalados 449 GW – um número que subiu para 597 GW em 2024, fazendo com que a capacidade acumulada pela fonte fotovoltaica em todo o planeta atingisse 2,2 TW no final do ano passado.
Os dados fazem parte do relatório Global Market Outlook for Solar Power 2025-2029, apresentado em Munique, na Alemanha, nesta terça-feira (06), durante a Intersolar Europe.
Segundo o estudo, o avanço da fonte solar foi impulsionado por três fatores principais: a queda expressiva nos custos, a versatilidade da tecnologia — que vai de pequenos sistemas residenciais a grandes usinas — e um cenário de excesso de oferta na cadeia de produção global, que derrubou os preços.
Desafios a serem superados
O relatório apresentado nesta semana também aponta que há obstáculos que precisam ser superados nos próximos anos pelo mundo para manter o crescimento do setor solar.
Entre eles estão a necessidade de redes elétricas mais flexíveis, expansão do armazenamento em baterias e das linhas de transmissão, agilidade nos processos de licenciamento e políticas públicas adaptadas às renováveis.
Nos países em desenvolvimento, o principal gargalo é o financiamento, enquanto que nos países menos desenvolvidos existe uma necessidade de maior integração da fonte solar (que ainda é subutilizada).
Além disso, há um consenso sobre a urgência de capacitar profissionais e definir metas claras para a expansão da energia solar.
O ressurgimento do apoio de alguns líderes globais aos combustíveis fósseis, os desafios macroeconômicos e mudanças na dinâmica geopolítica também são desafios a serem superados.
Segundo o relatório, os próximos anos serão decisivos para a fonte solar. Com as condições certas, a capacidade instalada solar poderá ultrapassar os 8 TW até o fim da década — respondendo por dois terços da meta de energia renovável definida na COP28.
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