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Capacidade para captura de carbono deve aumentar 6 vezes até 2030

Segundo pesquisa da BNEF, mais de US$ 3 bilhões foram investidos na captura de CO2 até o momento em 2022

Autor: 21 de outubro de 2022outubro 24th, 2022Indicadores
4 minutos de leitura

De acordo com relatório publicado pela BNEF (BloombergNEF), a capacidade global de captura de carbono deve aumentar seis vezes até 2030, atingindo 279 milhões de toneladas de CO2 capturadas por ano.

O estudo aponta que o crescimento drástico do mercado levou a um aumento de 44% na capacidade prevista para daqui a oito anos, em comparação com as perspectivas do ano passado.

A captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) é uma tecnologia essencial necessária para descarbonizar setores difíceis de reduzir, como petroquímico e cimento, e fornecer energia limpa 24 horas por dia por meio de usinas de gás equipadas com equipamentos de captura.

Ainda assim, no entendimento da consultoria, mesmo tendo mais de US$ 3 bilhões investidos até agora em 2022 e aceleração significativa no setor nos últimos dois anos, a capacidade mundial de captura de carbono não está sendo implantada com rapidez suficiente para cumprir as metas climáticas no final da década.

Atualmente, a maior parte da capacidade de captura é usada para coletar dióxido de carbono (CO2) de plantas de processamento de gás natural e usada para recuperação aprimorada de petróleo.

Segundo a pesquisa, até 2030, a maior parte da capacidade será usada para o setor de energia, para a fabricação de hidrogênio e amônia de baixo carbono ou para reduzir as emissões de fontes industriais.

A quantidade de CO2 capturada hoje é de 43 milhões de toneladas, ou 0,1% das emissões globais. Se todos os projetos prováveis ​​que foram anunciados entrarem em operação, haveria 279 milhões de toneladas de CO2 capturadas todos os anos até 2030, representando 0,6% das emissões atuais.

Destinação do composto

Outro ponto enfatizado pela BNEF é sobre a destinação do composto. Em 2021, cerca de 73% do CO2 capturado foi para operações aprimoradas de recuperação de petróleo. Para os próximos oito anos, o armazenamento de CO2 no subsolo ultrapassará a recuperação de petróleo como o principal destino, com 66% indo para locais de armazenamento dedicados.

Essa mudança, na visão da BloombergNEF, está sendo impulsionada pela legislação que incentiva o armazenamento sobre a utilização de CO2, e por projetos que visam usar a captura e armazenamento de carbono (CCS) como rota de descarbonização.

“A CCS está começando a superar sua má reputação. Agora está sendo implantado como uma ferramenta de descarbonização, o que significa que o CO2 precisa ser armazenado”, disse David Lluis Madrid, analista da CCUS da BNEF e principal autor do relatório.

“A falta de locais de transporte e armazenamento de CO2 perto de fontes de pontos industriais ou de geração de energia pode ser um grande gargalo para o desenvolvimento de CCS. Mas já estamos vendo um grande aumento nesses projetos para atender a essa necessidade”, disse.

Na busca pelo zero líquido

Apesar do rápido crescimento nos anúncios de projetos de captura, a indústria ainda está longe de afetar as emissões globais. Para estar a caminho de zero líquido e menos de 2 graus Celsius de aquecimento até 2050, entre um e dois bilhões de toneladas de CO2 precisariam ser capturados em 2030.

“Isso é uma ordem de magnitude maior do que os planos atuais. Os legisladores reconheceram essa incompatibilidade e estão aumentando seu apoio à indústria”, apontou a BNEF.

A Lei de Redução da Inflação aprovada nos Estados Unidos aumentou os créditos fiscais para CCUS em 70%, tornando um caso de negócios viável para a tecnologia em petroquímicos, aço, cimento e, em algumas regiões, energia.

Metade da capacidade instalada em 2021 foi de solar, aponta BNEF

“Incentivos como esses significam que países, como os EUA, permanecerão líderes globais para o CCUS. Os créditos fiscais do país agora são muito generosos, e a lei deve sobrecarregar os anúncios de projetos nos setores de etanol e petroquímico, bem como na captura direta do ar, para fornecer compensações de carbono de alta qualidade para o mercado voluntário”, explicou o estudo.

Julia Attwood, chefe de materiais sustentáveis ​​da BNEF, comentou que essa capacidade de 279 milhões de toneladas em 2030 é apenas a ponta do iceberg. “Ainda não vimos o impacto total desses créditos, tornando essa perspectiva uma visão bastante conservadora do futuro da captura e armazenamento de carbono”.

“Esperamos ver outro salto nos anúncios em 2022, especialmente nos EUA, à medida que os desenvolvedores correm para garantir que cumpram o prazo de 2032 para créditos”, concluiu.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.