A PwC Brasil divulgou nesta terça-feira (18) a 28ª edição da pesquisa Global CEO Survey, apresentando um panorama do setor de Energia e Serviços de Utilidade Pública (EU&R) no Brasil. O levantamento aponta que 48% dos CEOs do setor observaram aumento de receita nos últimos cinco anos com investimentos climáticos.
No entanto, a mesma proporção constatou pouco ou nenhum retorno. Além disso, 64% dos executivos afirmam que esses investimentos climáticos levaram a uma redução de custos ou impacto irrelevante, enquanto 32% notaram um aumento de custo.
Mudanças climáticas e principais ameaças ao setor
Mesmo com os investimentos, as mudanças climáticas são vistas como a principal ameaça ao setor, um nível de preocupação acima da média dos líderes brasileiros. Apesar de ter subido da terceira para a primeira posição, o percentual de CEOs que apontam o desafio climático como maior risco caiu de 39% para 31% em um ano.
Além das mudanças climáticas, outras ameaças seguem relevantes no setor de EU&R:
- Disrupção tecnológica – apontada por 26% dos CEOs;
- Riscos cibernéticos – mencionados por 23% dos líderes;
- Instabilidade macroeconômica – preocupação para 23% dos entrevistados.
“Vale destacar também que a falta de mão de obra qualificada, apesar de aparecer na pesquisa em um número menor que a média nacional, ainda permanece como uma das preocupações da indústria”, ressalta Adriano Correia, sócio e líder do setor de Energia e Serviços de Utilidade Pública da PwC Brasil. Esta foi uma ameaça citada por 20% dos líderes do setor, enquanto a média nacional foi de 30%.
Impacto da Inteligência Artificial no EU&R
A pesquisa também revelou um declínio no otimismo sobre o impacto da IA generativa na lucratividade do setor. Enquanto a expectativa aumentou na média global e nacional, no setor EU&R do Brasil caiu de 55% em 2024 para 48% em 2025. Para os próximos três anos, os CEOs do setor de Energia e Utilities definiram suas principais prioridades com IA:
- 54% querem integrar a tecnologia em plataformas tecnológicas;
- 46% pretendem aplicá-la em processos de negócios e fluxos de trabalho;
- 34% visam o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
“Estes números nos mostram que a adoção da IA e IA generativa é um tema que mantém a relevância. Apesar do entusiasmo inicial ter passado, os investimentos continuam a ser feitos”, acrescenta Correia.
Grau de confiança no crescimento da receita no setor
A confiança do setor no crescimento da receita nos próximos 12 meses caiu de 45% em 2024 para 31% em 2025, uma redução de 14 pontos percentuais. Quando analisadas as expectativas para os próximos três anos, a queda é ainda mais acentuada, passando de 61% em 2024 para 40% em 2025.
“São dados que refletem uma visão cautelosa de curto prazo e que se torna ainda mais acentuada no longo prazo”, analisa Correia.
A preocupação com a viabilidade dos negócios também cresceu entre os CEOs do setor. 51% acreditam que suas empresas não serão economicamente viáveis por mais de dez anos sem mudanças significativas, um aumento expressivo em relação aos 29% registrados em 2024.
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