O grupo Heineken, por meio da Sociedade Central de Cervejas, a Rondo Energy e a EDP assinaram um acordo para eletrificar o fornecimento de calor e descarbonizar as operações da unidade fabril localizada em Vialonga, área metropolitana de Lisboa.
O projeto representa o primeiro grande acordo de fornecimento de calor como serviço no país, combinando energia solar e armazenamento térmico.
O objetivo da Heineken, em termos globais, é descarbonizar suas operações nos escopos 1 e 2 até 2030, utilizando uma solução que permite gerar vapor limpo e sem emissões.
O equipamento de armazenamento térmico de 100 MWh a ser instalado na fábrica em Lisboa é uma das maiores do tipo no setor de bebidas, em nível mundial.
Projeto da Heineken já evitou emissão de 2 milhões de toneladas de CO2
A tecnologia da Rondo armazena eletricidade renovável sob a forma de calor de alta temperatura, fornecendo vapor contínuo, o que elimina a necessidade de caldeiras a combustíveis fósseis.
A bateria carrega com eletricidade intermitente e de baixo custo, armazenando em tijolos refratários e fornecendo vapor sob demanda.
O suprimento de energia ficará a cargo da EDP, que irá instalar uma central solar de 7 MWp em área próxima da cervejaria. Adicionalmente, o sistema será carregado com energia renovável da rede por meio de um contrato flexível de longo prazo, totalizando 25 GWh por ano.
A partir da implementação desta solução, espera-se que a fábrica reduza o consumo de gás natural, evitando aproximadamente 6.600 toneladas de emissões de CO2 por ano.
Baterias térmicas ganham espaço no mundo
Com a crescente adoção de fontes renováveis e a necessidade de armazenar energia, as baterias térmicas vêm se consolidando como uma das soluções promissoras do setor.
Países como Finlândia, Alemanha, Espanha e Estados Unidos já utilizam essa tecnologia em larga escala para equilibrar a geração solar e eólica e reduzir o uso de combustíveis fósseis.
O princípio é simples. A energia excedente — geralmente proveniente de fontes renováveis — aquece materiais como sais fundidos, cerâmicas, areia ou grafite, que mantêm o calor por longos períodos em sistemas isolados. Quando há necessidade, esse calor é reaproveitado para produzir vapor, aquecer ambientes ou alimentar processos industriais.
Os principais tipos incluem os sistemas de sais fundidos, usados em usinas solares de concentração. As aplicações vão desde o aquecimento urbano — como o sistema da Polar Night Energy, na Finlândia — até a substituição de caldeiras a gás e óleo na indústria, ajudando a reduzir emissões e custos.
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