O think tank Ember publicou o relatório Global Electricity Mid-Year Insights 2025, com dados que mostram a China à frente no setor de renováveis. No período de 12 meses até junho de 2025, o país produziu, apenas com solar e eólica, 2.073 TWh, superando outras fontes de energia, como hidrelétrica, nuclear ou bioenergia, que geraram 1.936 TWh.
Solar e eólica
Entre 2021 e 2024, a capacidade instalada de energia solar e eólica na China mais que dobrou, passando de 635 GW para 1.408 GW. No primeiro semestre de 2025, a produção a partir desses dois vetores registrou um crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2024. Sozinhas, solar e eólica representaram cerca de 18% da matriz elétrica em 2024, o dobro do valor registrado em 2020.
Investimentos e armazenamento
Somente em 2024, a China investiu cerca de 31% do total global em energia limpa, o equivalente a US$ 625 bilhões. O armazenamento de baterias tem sido um dos principais focos de investimento, com destaque para sistemas de íon-lítio, cuja instalação triplicou nos últimos anos. Só em 2024, o país comissionou 37 GW/91 GWh de baterias, mais do que EUA e Europa juntos.
Veículos elétricos e participação do Brasil
A China também se destaca no setor de mobilidade limpa. A fatia de veículos elétricos (EVs) nas exportações de automóveis passou de 7% em 2020 para 41% nos primeiros cinco meses de 2025.
Em 2024, os mercados emergentes superaram a União Europeia como maior destino dos EVs chineses, com exportações saltando de US$ 0,5 bilhão em 2020 para US$ 16,5 bilhões em 2024.
No Brasil, o impacto já é visível: veículos como o BYD Dolphin Mini foram lançados por cerca de US$ 20 mil, enquanto modelos como o BYD Seagull, vendidos na China por menos de US$ 8 mil, podem chegar ao país com preços competitivos, dependendo de impostos, logística e regras locais.
Desde 2020, empresas chinesas do setor de EV e baterias anunciaram cerca de US$ 80 bilhões em investimentos para construir fábricas em mercados como Brasil, Indonésia e Tailândia.
Menos emissões de CO₂
Até o primeiro semestre de 2025, a China supriu completamente sua demanda por eletricidade a partir de fontes renováveis, resultando em queda significativa de emissões de gases de efeito estufa e redução do uso de carvão.
O crescimento do setor de renováveis no país contrasta com a trajetória de outros países, como os EUA, que não conseguiram atender sua demanda apenas com fontes limpas, sendo necessário recorrer novamente ao carvão, o que elevou as emissões em cerca de 33 milhões de toneladas de CO₂.
Em abril de 2025, na reunião de líderes sobre clima e transição justa, promovida pelo Secretário-Geral da ONU e pelo presidente do Brasil, a China reafirmou seu compromisso: “O mundo pode mudar, mas a China não vai desacelerar suas ações climáticas.”
A declaração sinaliza apoio político e financeiro contínuo à próxima fase da transição energética, com efeitos concretos em indústrias e mercados ao redor do mundo.
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