Conhecimento técnico: pilar para o avanço do armazenamento no Brasil

Victron Energy ressalta importância do dimensionamento correto, modularidade e educação para impulsionar o segmento
Conhecimento técnico pilar para o avanço do armazenamento no Brasil
Soluções da Victron Energy aplicadas em projeto. Foto: Victron Energy/Divulgação

O mercado de armazenamento de energia no Brasil está em plena expansão. De acordo com projeções da ABSAE (Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia), o segmento deve atrair mais de R$ 44 bilhões em investimentos até 2030.

Deste montante, cerca de R$ 14 bilhões são esperados para soluções off-grid, voltadas principalmente para comunidades isoladas, como as localizadas na região amazônica. Essas iniciativas visam levar energia limpa e acessível a locais de difícil acesso, promovendo inclusão energética.

Embora promissor, o setor ainda enfrenta desafios significativos. Em entrevista exclusiva ao Canal Solar, Jorge Ortiz, gerente de Vendas para a América do Sul na Victron Energy, e Natália Maestá, embaixadora da empresa, compartilharam suas percepções sobre o cenário atual, as oportunidades e as soluções oferecidas pela Victron Energy para superar essas barreiras.

Importância do dimensionamento

Segundo Jorge Ortiz, o dimensionamento correto é essencial para o sucesso de sistemas de armazenamento de energia, mas é um ponto onde muitos integradores ainda encontram dificuldades.

“No Brasil, poucas pessoas sabem dimensionar corretamente. Muitos ainda associam o tamanho do inversor ao sistema de armazenamento, o que é um erro. Um sistema eficiente exige um equilíbrio entre o número de placas fotovoltaicas e a capacidade das baterias, considerando que o componente mais caro de um sistema com baterias é, de fato, a bateria”, explicou.

A modularidade é outro diferencial destacado pelo executivo. “Nossa proposta é oferecer um sistema técnico e flexível, permitindo que o cliente configure exatamente o que precisa, sem limitações impostas por soluções ‘all-in-one’. Isso reduz custos, evita desperdício de componentes e facilita futuras expansões”, afirmou.

Robustez e versatilidade

Natália Maestá enfatizou a confiabilidade dos equipamentos da Victron, que são desenvolvidos para operar em condições extremas. “Nossos sistemas já foram testados em climas extremamente frios, como -10°C, e também em ambientes quentes e úmidos, como a Amazônia. Isso prova a robustez de nossas soluções, que atendem às necessidades em diferentes cenários e desafios do dia a dia”.

Conforme ela, essa robustez está enraizada na longa história da Victron Energy, que celebra 50 anos em 2025. “Poucas empresas no setor podem afirmar que têm equipamentos com mais de 15 anos de operação contínua, especialmente em condições remotas e desafiadoras. Esse é um dos nossos maiores diferenciais”.

Educação e desenvolvimento profissional

Além dos desafios técnicos, Jorge e Natália apontaram a necessidade de maior educação e capacitação no setor. “Faltam profissionais qualificados que entendam não apenas de dimensionamento, mas também de instalação e venda de sistemas de armazenamento. Muitos ainda tratam o armazenamento como se fosse um sistema on-grid, o que não funciona”, relatou Ortiz.

Maestá complementou que, além da falta de conhecimento técnico, o mercado enfrenta barreiras regulatórias e financeiras. “O armazenamento é frequentemente visto como caro, mas isso depende da aplicação e do dimensionamento correto. Precisamos de mais estímulos, regulamentações claras e opções de financiamento para facilitar o acesso a essas tecnologias.

Casos de sucesso

A Victron Energy tem se destacado globalmente com projetos que vão desde motorhomes até sistemas em regiões remotas da Amazônia e montanhas andinas. “Em um de nossos projetos na Amazônia, instalamos um sistema redundante em um posto militar na fronteira com a Venezuela”.

“Mesmo após um raio danificar parte do equipamento, o sistema continuou operando parcialmente, garantindo energia em um local de difícil acesso”, exemplificou o gerente de Vendas.

A flexibilidade dos equipamentos também permitiu aplicações únicas, como um hotel na África que ajusta automaticamente a temperatura dos ar-condicionados com base no estado de carga das baterias, otimizando o consumo de energia e aumentando a autonomia.

Futuro do armazenamento no Brasil

Para Jorge Ortiz, o futuro do armazenamento de energia no Brasil dependerá de maior prática e aprendizado por parte dos profissionais do setor. “Há uma curva de aprendizado maior do que no sistema on-grid, mas com o crescimento do mercado e a busca por soluções mais autônomas, quem estiver preparado terá um diferencial competitivo enorme”, concluiu.

Já a embaixadora da Victron Energy reforça a importância de olhar para o armazenamento como uma solução estratégica. “Não se trata apenas de retorno financeiro, mas de garantir segurança, autonomia e resiliência energética. Esses fatores são essenciais para o avanço do mercado e para o acesso de mais pessoas a tecnologias sustentáveis e inovadoras”, finalizou.

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Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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