O consumo nacional de energia elétrica somou 47.561 GWh em outubro de 2025, uma queda de 0,9% em relação a outubro de 2024. Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) é a terceira retração mensal consecutiva e a sexta queda registrada ao longo de 2025 em meio a um cenário de desaceleração do consumo nas principais classes, com exceção da indústria.
Entre as classes de consumo, somente a industrial apresentou alta: crescimento de 0,5% na comparação interanual de outubro. Já as classes residencial, comercial e “outros” registraram retração, com quedas de 0,8%, 3,3% e 1,6%, respectivamente, indicando um consumo mais contido de famílias, comércio e demais segmentos atendidos pelas distribuidoras.
Do ponto de vista regional, o desempenho foi desigual. A região Norte se destacou com aumento de 2,8% no consumo de energia, seguida pelo Nordeste, com alta de 1%, e Centro-Oeste, com elevação de 0,8%.
Já o Sul praticamente ficou estável, com redução de 0,1%, enquanto o Sudeste teve queda mais expressiva, de 2,9%, puxando para baixo o resultado nacional.
CCEE e ONS apontam queda no consumo de energia e estabilidade nos reservatórios
Apesar da sequência de quedas mensais, o consumo acumulado em 12 meses ainda é levemente positivo. Nos últimos 12 meses encerrados em outubro de 2025, o consumo nacional somou 562.383 GWh, alta de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O dado indica um crescimento muito moderado da demanda no horizonte anual.
Outubro de 2025 também marcou um marco estrutural no sistema elétrico brasileiro: o início da operação comercial da interligação de Roraima ao SIN (Sistema Interligado Nacional), conectando finalmente todos os estados do país à malha elétrica integrada. A mudança tende a reduzir o uso de térmicas a óleo na região e ampliar a segurança de suprimento no Norte.
Mercado livre de energia
No recorte por ambiente de contratação, o movimento é de transformação acelerada. O mercado livre respondeu por 45,6% do consumo nacional em outubro de 2025, com 21.699 GWh consumidos.
Na comparação com outubro de 2024, o consumo no ambiente livre cresceu 5,3% e o número de consumidores aumentou 37,5%, reflexo da abertura do mercado para todos os consumidores do grupo A (alta tensão) a partir de janeiro de 2024, conforme a Portaria MME nº 50/2022.
Entre as regiões, o Norte foi a que mais expandiu o consumo no mercado livre, com alta de 12,1%, seguida de perto pelo Centro-Oeste, com aumento de 12%. Este último também registrou o maior aumento no número de consumidores livres, que foi de 60%, indicando forte movimento de migração de unidades consumidoras para contratos bilaterais.
Já no mercado regulado das distribuidoras, o cenário é oposto. O consumo foi de 25.862 GWh em outubro de 2025, o equivalente a 54,4% do total nacional, mas com queda de 5,6% em relação a outubro do ano anterior.
Porém, apesar da retração no consumo, o número de consumidores cativos ainda cresceu 1,4% no período, o que indica aumento no total de unidades ligadas, porém consumindo menos em média.
No regulado, o Nordeste foi a região com menor queda do consumo, com redução de 1,7%, enquanto o Norte registrou o maior aumento no número de consumidores cativos, que retração de 3,6%.
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