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Consumo de energia deve crescer crescer 3,4% ao ano até 2034 

Projeção foi feita pela EPE e MME em caderno sobre Demanda e Eficiência Energética
Consumo de energia deve crescer crescer 3,4% ao ano até 2034
Foto: Freepik

Colaboração com Yanael de Medeiros

O Brasil poderá ter um crescimento médio anual de 3,4%, alcançando 870 TWh no consumo de energia elétrica até 2034. Esse montante inclui consumo atendido pela rede, como também suprido por MMGD (micro e minigeração distribuída) e por autoprodução local.

Essa projeção foi feita pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e pelo MME (Ministério de Minas e Energia) no caderno de Demanda e Eficiência Energética-PDE 2034, lançado na última sexta-feira (11).

Gráfico: EPE/Reprodução

Consumo de energia final por fonte e setor 

Gráfico: EPE/Reprodução

Consumo no setor Industrial

O setor industrial é o segundo setor que mais consome energia. Segundo os dados, o consumo de energia total no setor industrial crescerá de 88 Mtep (Tonelada equivalente de petróleo)  em 2024 para 111 Mtep em 2034.

Gráfico: EPE/Reprodução

Gráfico: EPE/Reprodução

Ainda de acordo com o documento, o principal elemento que justifica a variação do consumo energético na indústria é o nível de atividade do setor

Embora algumas mudanças na estrutura e eficiência ajudem a reduzir um pouco esse consumo, a grande mudança é que as indústrias estão usando mais eletricidade e menos produtos derivados da cana (como açúcar e etanol).

Isso acontece porque a participação da indústria de alimentos e bebidas está diminuindo, enquanto setores que dependem mais de eletricidade estão crescendo. 

Consumo em edificações 

Gráfico: EPE/Reprodução

Destaca-se o crescimento de cerca de 3,5% entre 2024 e 2034 na participação da eletricidade.

Gráfico: EPE/Reprodução

Projeta-se para 2034 que as edificações serão responsáveis por aproximadamente cerca de 53% do consumo total de eletricidade no país, com destaque para as residências (26%) e para o setor comercial (20%). 

A energia elétrica é a fonte predominante, sendo que o setor residencial será a principal fonte de consumo. Isso porque as residências, sozinhas, representarão cerca de um quarto do total de eletricidade utilizado nas edificações.

Consumo residencial

A eletricidade segue como a principal fonte de energia nas residências em 2024 e deve alcançar metade da parcela do total de consumo energético residencial em 2026

O estudo afirma que isto se dá pelo aumento da posse de equipamentos elétricos, impulsionada pelos aparelhos de ar condicionado.

Embora o consumo total de GLP (Gás liquefeito de petróleo) e gás natural nas residências continue a aumentar, sua participação na matriz energética tende a diminuir. Isso ocorre porque o uso da eletricidade como fonte de energia está crescendo de forma mais significativa.

Gráfico: EPE

Segundo a EPE, a demanda futura de energia nas residências pode mudar em função de alterações de hábitos individuais ou induzidas por políticas públicas, por rupturas tecnológicas ou por eventos conjunturais. 

“O avanço da substituição da lenha e carvão vegetal na cocção por outras fontes de energia são fatores importantes no aumento de eficiência energética neste setor”, afirmou a EPE.

Consumo nos setores comerciais e público

Em 2034, a eletricidade representará 93% da energia total consumida no setor, com a iluminação pública e os serviços de água, esgoto e saneamento responsáveis por 17% dessa parcela. 

No que diz respeito ao consumo total de energia, os segmentos de hotéis, restaurantes e comércio varejista somam 28%, enquanto o setor de saúde participa com 13%.

O documento também afirma que o avanço tecnológico será evidente com o aumento do uso de iluminação LED, maior automação e transformação digital nas empresas, além da expectativa de redução na geração de energia a diesel devido ao crescimento da energia solar fotovoltaica

Por fim, também se prevê melhorias nas políticas de eficiência energética, especialmente para sistemas de refrigeração e climatização, refletindo o crescimento da demanda por gás natural e eletricidade, o que destaca a importância do setor comercial.

Gráfico: EPE/Reprodução

Consumo no setor de transportes

A recuperação dos setores industrial, de serviços e da construção civil, impulsionada pelo Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), aumentará a demanda por transporte de cargas, com um crescimento energético previsto de 1,9% ao ano entre 2024 e 2034. 

Já o transporte rodoviário continuará sendo o mais utilizado, enquanto haverá uma expansão do transporte ferroviário com investimentos na malha existente e a operação de novos trechos. No transporte de passageiros, a relevância do rodoviário individual seguirá expressiva

Porém, a maior parte da demanda incremental no período decenal deverá ser atendida pelo transporte rodoviário coletivo. Entre 2024 e 2034, a demanda energética crescerá 1,6%.

Gráfico: EPE/Reprodução

Eficiência energética

Eficiência significa gerar a mesma quantidade de energia com menos recursos naturais ou obter o mesmo serviço com menos energia.

Cada setor enfrenta desafios e oportunidades distintas para a redução do consumo de energia, por meio da adoção de tecnologias mais eficientes e processos aprimorados.

Industrial

A eficiência elétrica irá reduzir em 3% o consumo de energia das indústrias em 2034, equivalente a 11 TWh.

A eficiência energética também resultará em uma diminuição de 5 milhões de tep (Tonelada equivalente de petróleo) no consumo potencial da indústria, o que indica uma redução significativa na utilização do uso de energia desse setor. 

Gráfico: EPE/Reprodução

Edificações

Segundo o documento, esperam-se 226 TWh em 2034 para o consumo das residências, que são responsáveis por cerca de metade do consumo de eletricidade das edificações.  

No total, as edificações irão responder por 53% do consumo de energia elétrica do país em 2034, contribuindo com 26 TWh de ganhos de eficiência elétrica.

Gráfico: EPE/Reprodução

Residencial 

Os ganhos de eficiência elétrica nas residências atingem 14 TWh em 2034, correspondentes a 6,2% do consumo total no ano.

De acordo com dados do estudo, as projeções contemplam as regulamentações de índices mínimos de eficiência energética dos condicionadores de ar, refrigeradores, freezers e lâmpadas.

Gráfico: EPE/Reprodução

Transporte

A intensidade energética dos caminhões deve continuar a diminuir, impulsionada pelos ganhos em eficiência nos novos modelos, pelo aumento da participação de caminhões pesados na frota e por melhorias na infraestrutura rodoviária. 

Políticas de eficiência energética visam aprimorar essa intensidade ao longo da próxima década. 

Além disso, a crescente eletrificação do transporte também desempenha um papel importante nesse processo. 

A implementação de Planos de Mobilidade Urbana prioriza o transporte coletivo, o que aumenta sua utilização e melhora a eficiência energética geral.

Gráfico: EPE/Reprodução

Eficiência Energética: análise geral por setor

Industrial

Em resumo, os ganhos de eficiência energética devem reduzir o consumo de energia no Brasil em 7% em relação ao consumo final de 2023.

No setor industrial, a projeção é que haja um aumento de 4% nos ganhos de eficiência energética em relação com o setor que não adota medidas de eficiência. 

Segundo o estudo da EPE, esse aumento se deve a adoção de sistemas de gestão de energia, avançados de gestão de energia, a modernização (retrofit) de instalações antigas para torná-las mais eficientes, a construção de novas plantas industriais com tecnologias modernas e eficientes, e o aumento do uso de materiais alternativos na produção de clínquer.

Transportes

No setor de transportes, espera-se um aumento de 7% nos ganhos de eficiência energética em relação com o setor que não adota medidas de eficiência. 

O documento afirma que a Implementação da renovação da frota com foco na eletrificação crescente, juntamente com políticas de eficiência, como o PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem de Veículos) e o MOVER (programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação).

Essa abordagem prioriza o transporte coletivo e estabelece novos limites de emissão para veículos, além de melhorar as infraestruturas de transporte, incluindo rodovias, portos e terminais intermodais.

Serviços

Já no setor de serviços, a expectativa é de 5% nos ganhos de eficiência energética em comparação com o setor que não implementa medidas de eficiência.

De acordo com a EPE, esse aumento se deve aos índices mínimos de equipamentos, etiquetagem PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem), Selo Procel (Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica) e Procel Edifica e sistemas de gestão de energia e retrofits.

Residencial

No setor de transportes, espera-se um aumento de 4% nos ganhos de eficiência energética em relação com o setor que não adota medidas de eficiência. 

Assim como no setor de serviços, o aumento também se deve aos índices mínimos de equipamentos, etiquetagem PBE e Selo Procel. Além de substituição da lenha para cocção por fontes modernas.

Agropecuário 

No setor agropecuário, a projeção é que haja um aumento de 5% nos ganhos de eficiência energética em relação com o setor que não adota medidas de eficiência. 

O estudo afirma que novos caminhões mais eficientes, etiquetagem PBE, Selo Procel e sistemas de bombeamento mais eficientes para a irrigação podem contribuir para a eficiência energética.

EPE/Reprodução

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Yvana Leitão
Produtora do Podcast Papo Solar. Possui experiência produção e elaboração de matérias jornalísticas. Graduanda em jornalismo pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas.

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