A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho – um valor ligeiramente acima do registrado em junho (0,24%). No acumulado do ano, a alta é de 3,26%, enquanto que nos últimos 12 meses chega a 5,23%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) .
Pelo terceiro mês consecutivo, o maior impacto individual no índice veio da energia elétrica residencial, que contribuiu com 0,12 p.p (ponto percentual) no resultado final do mês. “Sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%”, informou o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.
A alta no segmento ocorre, entre outros fatores, pela manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 — que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos na conta de luz dos consumidores. Além disso, o mês de julho também registrou reajustes expressivos nas tarifas de duas das capitais mais populosas do país: 13,97% de aumento em São Paulo (SP) e 14,19% de elevação em Porto Alegre (RS).
“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual no resultado acumulado do IPCA. Esta variação é a maior para o período desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%”, explica Gonçalves.
O cálculo do IPCA considera famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. O próximo resultado, referente a agosto, será divulgado em 10 de setembro.
Alta histórica
A alta acima da inflação nos primeiros sete meses de 2025 na conta de luz tem sido a tônica do Brasil nos últimos anos. Um estudo da Abraceel (Associação dos Comercializadores de Energia Elétrica), por exemplo, revela que entre 2010 e 2024 a tarifa no mercado regulado subiu 177%, superando a inflação no mesmo período, que alcançou 122%.
Ou seja, a conta de luz cresceu 45% acima da inflação oficial nos últimos 15 anos. O estudo também analisou a evolução dos indicadores em um histórico mais longevo, desde 2003. Nesse período, a conta de luz residencial cresceu 269%, enquanto o IPCA subiu 218%.
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