Tão crítica quanto a disponibilidade de eletricidade limpa e abundante para a geração de hidrogênio verde, a oferta de água em grandes volumes também é essencial para a eletrólise, processo eletroquímico chave para a produção do energético gasoso.
O desafio é explorar recursos hídricos, causando o mínimo possível de impacto socioambiental, numa região de clima historicamente seco como é o caso do Ceará que, ao mesmo tempo, é um dos estados brasileiros mais cobiçados por empreendedores internacionais para a implantação de complexos de hidrogênio verde.
Sensível a essa questão, o Banco Mundial se dispôs a desembolsar US$ 134 milhões para financiar um amplo projeto que visa garantir o fornecimento sustentável de água industrial em volumes adequados à produção de hidrogênio verde.
Em paralelo, o objetivo é também melhorar o acesso à água para as populações vizinhas ao Porto do Pecém, local que vem liderando a preferência de companhias estrangeiras interessadas em investir na geração de hidrogênio verde em larga escala para exportação.
O estudo prévio para a viabilização desse está a cargo da Rina, empresa de engenharia com sede na Itália, que desenvolverá o projeto em parceria com a Krypton.
Seleção de tecnologia
Entre os aspectos previstos na elaboração do estudo, há a:
- Análise comparativa da viabilidade do reaproveitamento de efluentes versus a dessalinização da água do mar;
- Avaliação dos impactos ambientais associados a cada estratégia;
- Projeção da demanda hídrica no Porto do Pecém nos próximos 5 a 10 anos – alinhada ao crescimento industrial da região;
- Análise de conformidade regulatória e da infraestrutura, de maneira a assegurar o uso adequado dos sistemas de abastecimento de água existentes.
O contrato com o Banco Mundial envolve ainda o desenvolvimento de um inventário completo de GEEs (Gases de Efeito Estufa), balanço energético, e um plano de descarbonização para o polo industrial da região, intensivo em energia.
Entre outras iniciativas voltadas à atração de investimentos, o governo estadual criou o Plano Verde do Ceará, alinhado à transição energética. Foram assinados até o momento, cerca de 40 memorandos de entendimento com empresas nacionais e internacionais para produção de hidrogênio verde, sendo que seis deles já convertidos em pré-contratos.
O apoio financeiro do Banco Mundial é fornecido através de um instrumento de IPF (Financiamento de Projeto de Investimento). O valor total de US$ 134 milhões, incluem:
- US$ 90 milhões de empréstimo do Banco Mundial;
- US$ 9 milhões de doação do Fundo Planeta Habitável Financiado pelo Excedente do Banco Mundial,
- US$ 33,5 milhões de empréstimo dos CIF (Fundos de Investimento Climático) sob o REI (Programa de Integração de Energia Renovável),
- US$ 1,5 milhão de doação CIF REI.
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