A implantação de sistemas de armazenamento de energia em baterias na Europa deve chegar a 16 GW em 2025, alta de 45% em relação a 2024, segundo a Wood Mackenzie.
O continente vive uma fase de amadurecimento do mercado, que já soma 11 GW instalados neste ano e deve manter um crescimento médio anual de 9% nos próximos dez anos.
Esse avanço, porém, esbarra em desafios estruturais, especialmente na Alemanha, que segue como principal centro de demanda.
O país deve acumular 18 GW em projetos de grande porte ao longo da década, além de 8 GW no mercado comercial e industrial. Mas a pressão sobre a rede elétrica e o risco de queda nas receitas se intensificam à medida que o volume de novos projetos dispara.
O número de pedidos de conexão no mercado alemão subiu de 300 GW para mais de 500 GW em 2025, criando um gargalo inédito na infraestrutura elétrica.
O cenário ocorre enquanto o país desativa usinas nucleares e prepara a saída de 29 GW de capacidade a carvão até 2030, sem que novos projetos a gás avancem no mesmo ritmo. A pressão sobre serviços auxiliares e sobre a segurança do suprimento tende a aumentar.
A análise indica que, mesmo com fundamentos favoráveis hoje, o horizonte de receita fica mais incerto.
A competição crescente achata as margens nos momentos de pico e reduz a volatilidade de preços, justamente o elemento que sustenta a rentabilidade dos ativos de armazenamento.
Mercados como o de frequência, já saturados, representam menos de 1% da demanda máxima do sistema alemão.
Para mapear esse cenário, a Wood Mackenzie utiliza um modelo híbrido que combina aprendizado de máquina, dados históricos e projeções de preços.
A metodologia gera faixas de receita entre P1 e P99, ajudando investidores a avaliar riscos de longo prazo em um ambiente mais competitivo.
“O mercado alemão de armazenamento vive um momento crítico, onde fundamentos sólidos se deparam com pressões competitivas que irão canibalizar as flutuações de preços ao longo do tempo”, afirmou Rory McCarthy, vice-presidente da Wood Mackenzie.
Segundo a consultoria, o crescimento acelerado de novos sistemas deve continuar reduzindo a volatilidade e ampliando a necessidade de estratégias de otimização para garantir retorno.
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