O mercado global de armazenamento de energia está em rápida expansão, impulsionado pela necessidade de integrar fontes renováveis e garantir a estabilidade das redes elétricas.
Este artigo aborda o crescimento do setor, os principais setores demandantes, a posição do Brasil em relação aos países desenvolvidos, os custos nacionais e internacionais, as empresas líderes nesse mercado e as barreiras que ainda precisam ser superadas para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil.
Crescimento do mercado de armazenamento de energia
O mercado global de armazenamento de energia adicionou 175,4 GWh de capacidade instalada em 2024, com a China, as Américas e a Europa representando mais de 90% dessas instalações. Para 2025, a previsão é de um aumento de 26,5%, atingindo 221,9 GWh de nova capacidade instalada.
Até 2030, espera-se que as instalações globais de armazenamento de energia alcancem 358 GW, um crescimento de mais de vinte vezes em relação aos 17 GW registrados no final de 2020, conforme apontado pela BloombergNEF (absolar.org.br).
Setores com maior demanda por armazenamento de energia
A demanda por tecnologias de armazenamento de energia é impulsionada por diversos setores:
Energia renovável
A integração de fontes como solar e eólica requer soluções de armazenamento para garantir a estabilidade e a confiabilidade do fornecimento energético.
Indústria de mineração
Empresas do setor estão adotando sistemas de armazenamento para assegurar um fornecimento de energia limpa e contínua, alinhando-se a metas de sustentabilidade.
Setor residencial e comercial
Há um crescimento na adoção de sistemas de armazenamento de energia em residências e empresas, especialmente em países como Alemanha, Japão, Austrália e Estados Unidos, visando maximizar a eficiência energética e reduzir custos operacionais.
Posição do Brasil em relação aos países desenvolvidos
O Brasil está explorando alternativas de armazenamento de energia, como o armazenamento de água com rebombeamento.
No entanto, a tendência geral na América Latina se inclina para soluções baseadas em baterias, visando maximizar a eficiência e reduzir os custos operacionais. O Chile, por exemplo, lidera na adoção dessas tecnologias na região.
Custos nacionais e internacionais
Os custos das tecnologias de armazenamento de energia têm diminuído globalmente, tornando-as mais acessíveis. A redução dos preços das baterias de íons de lítio tem sido um fator crucial para o crescimento do armazenamento de energia limpa, embora desafios como disponibilidade e ciclo de vida ainda existam.
No Brasil, iniciativas de armazenamento, como o armazenamento de água com rebombeamento, estão sendo exploradas, mas a adoção de soluções baseadas em baterias ainda enfrenta desafios relacionados a custos e infraestrutura.
Empresas na vanguarda das soluções de armazenamento de energia
Diversas empresas estão liderando o desenvolvimento e a implementação de soluções de armazenamento de energia:
CATL (Contemporary Amperex Technology)
Destaca-se no mercado de baterias para veículos elétricos, contribuindo significativamente para o avanço das tecnologias de armazenamento de energia.
Tesla
Lidera as exportações de veículos elétricos e investe em soluções integradas de armazenamento de energia.
BYD e Sungrow
Empresas financiadas pela China que lideram projetos de armazenamento de energia no Oriente Médio e na África.
Principais barreiras ao desenvolvimento do armazenamento de energia no Brasil
Altos custos de capital: O investimento inicial elevado para a implementação de sistemas de armazenamento de energia é uma barreira significativa. A dependência de tecnologias importadas encarece os projetos.
Regulação e políticas públicas: A ausência de um marco regulatório claro e de incentivos específicos para o armazenamento de energia cria incertezas para investidores e empresas do setor.
Infraestrutura de rede: A infraestrutura atual das redes elétricas brasileiras necessita de modernização para integrar eficientemente os sistemas de armazenamento.
Acesso ao capital e financiamento: Altas taxas de juros e inflação na cadeia de suprimentos dificultam a atração de investimentos.
Conhecimento técnico e capacitação: A falta de mão de obra qualificada e de conhecimento técnico especializado limita a implementação e a operação eficaz desses sistemas no país.
Oportunidades e caminhos para o desenvolvimento no Brasil
Estabelecimento de políticas públicas e regulação: A criação de um marco regulatório específico para o armazenamento de energia, aliado a incentivos fiscais e financeiros, pode atrair investimentos.
Parcerias público-privadas: A colaboração entre o governo e o setor privado pode viabilizar projetos-piloto e iniciativas de grande escala.
Investimento em pesquisa e desenvolvimento: Fomentar a pesquisa em tecnologias de armazenamento, adaptadas às necessidades brasileiras, pode reduzir custos e aumentar a eficiência.
Capacitação profissional: Implementar programas de formação e treinamento especializados em armazenamento de energia é fundamental para suprir a demanda por profissionais qualificados.
Ao enfrentar essas barreiras e aproveitar as oportunidades, o Brasil pode consolidar o armazenamento de energia como um pilar estratégico na sua matriz energética, promovendo sustentabilidade e eficiência no setor elétrico.
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