A mobilização dos funcionários da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), órgão vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia) responsável pelo planejamento energético do país, entrou em nova fase após a rejeição, em assembleia, da proposta final apresentada pela direção. A decisão, tomada em 17 de outubro, prevê um calendário de paralisações que pode evoluir para greve por tempo indeterminado a partir de 17 de novembro.
O impasse gira em torno do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) 2025-2026, cuja proposta inclui reajuste salarial de 4,26%, equivalente a 80% do INPC, percentual considerado insuficiente pelos empregados.
Segundo os sindicatos, as perdas acumuladas desde 2014 superam 20%. A categoria também reivindica avanços em pontos não econômicos, como o PCS (Plano de Cargos e Salários), a garantia de ampla defesa em caso de desligamentos e a regulamentação do regime híbrido de trabalho.
EPE terá paralisação de 72 horas a partir de terça-feira (14)
“Falar em transição energética justa e democrática exige, antes de tudo, a valorização das pessoas que trabalham para viabilizá-la”, afirmam os representantes dos trabalhadores, em nota.
Agenda da transição energética
A paralisação ocorre em um momento estratégico para o setor, com a proximidade da COP30 e do primeiro leilão de baterias do Brasil, ambos com participação direta da EPE. Os empregados argumentam que a desvalorização da equipe técnica compromete a atuação da empresa em temas essenciais da transição energética nacional.
A EPE, por sua vez, afirmou que a proposta foi elaborada dentro das restrições orçamentárias federais e busca equilibrar “o interesse dos empregados com as limitações fiscais da União”. A empresa também apresentou a alternativa de um acordo bienal, válido até 2027, com reposição integral da inflação para o segundo ano.
Enquanto as negociações não avançam, os trabalhadores seguem em estado de greve, com paralisações programadas para outubro e novembro. Os sindicatos destacam que estão abertos a novas propostas, desde que contemplem “as justas reivindicações por valorização e reconhecimento” dos profissionais que sustentam o planejamento energético do país.
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