Interligação de Roraima: testes do sistema de transmissão começam em 8 de setembro

O projeto foi licitado em 2011 e, desde então, a iniciativa enfrentou entraves ambientais e indígenas
Foto: ANEEL

No próximo dia 8 de setembro terá início a fase de testes de energização do sistema de transmissão que conectará Roraima ao SIN (Sistema Interligado Nacional). O empreendimento conta com 724 km de extensão e três subestações.

Na semana passada, técnicos da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizaram uma fiscalização nas obras da Transnorte Energia, responsável pela implantação do Linhão Manaus-Boa Vista, em 500 kV, e das subestações Lechuga, Equador e Boa Vista.

De acordo com a agência reguladora, a inspeção teve foco nas subestações e na linha de transmissão, com atenção especial aos aterramentos dos pés de torres, travessias e transposições, além das instalações destinadas ao atendimento das cargas dos serviços auxiliares em corrente contínua e alternada. A vistoria incluiu ainda um trecho de cerca de 120 km de linha localizado dentro da Terra Indígena Waimiri Atroari.

O relatório aponta que as obras estão em fase final, com o comissionamento avançando rapidamente para viabilizar os testes e a futura entrada em operação do sistema.

A interligação elétrica entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) representa um dos maiores desafios de infraestrutura energética da região Norte nas últimas décadas. Roraima é o único estado brasileiro ainda não conectado ao SIN, condição que encarece o fornecimento de energia e limita o desenvolvimento econômico.

O projeto foi licitado em setembro de 2011, quando o consórcio Boa Vista – formado por Eletronorte e Alupar – venceu o leilão. Desde então, a iniciativa enfrentou entraves ambientais e indígenas, avançando de fato apenas em 2021 e 2022, com a liberação das licenças e o início das obras.

Com a entrada em operação do linhão, será eliminada a circulação diária de aproximadamente 120 caminhões-tanque que transportam gás e óleo combustível para abastecer as usinas térmicas de Manaus e Boa Vista.

A obra, orçada em R$ 2,6 bilhões, deve gerar uma economia de cerca de R$ 1 bilhão por ano na conta de luz dos consumidores brasileiros, graças à redução do uso de termelétricas, cujo custo é rateado por todo o país.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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