O setor de energia solar possui grande presença de profissionais masculinos, contudo as mulheres têm conquistado espaço. Dados da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) apontam que a presença feminina na indústria solar fotovoltaica mundial em 2022 foi de 40%, enquanto no petróleo e gás o índice foi de 22% e na eólica foi 21%.
Na fabricante de módulos fotovoltaicos JA Solar Brasil, por exemplo, do total de 12 colaboradores, quatro são mulheres e representam 33% de participação. As mesmas ocupam cargos de liderança nas áreas de marketing, financeiro e engenharia, sendo três delas em nível de gerência.
Entre elas estão Deyla Jesus, formada em administração de empresas, assumindo o setor financeiro e operacional; Izabel Guzzon, jornalista por formação, é gerente de marketing; Beatriz Carvalho atua na coordenação; e no setor técnico, Marina Dias, engenheira eletricista, lidera os projetos de GD (geração distribuída).
Mulheres no setor elétrico
No setor solar, Camila Nascimento, formada em administração de empresas com MBA em Gestão de Projetos, se dedica ao empreendedorismo, liderando a distribuidora WIN Solar — localizada no Rio de Janeiro. Na empresa, as mulheres são maioria: 60% ocupam desde cadeiras na alta gestão, serviços gerais, logística e vendas.
“Estudei sobre energia fotovoltaica, fiz cursos de instalação e projetista para entender melhor as particularidades do setor,” explica. Embora o setor corporativo ainda seja de grande desafio para as mulheres, a executiva aponta uma acentuada linha de crescimento.
“Percebo as empresas mais abertas a compreenderem os benefícios em ter mulheres em diversas áreas, diversificando a equipe e considerando as diferentes habilidades. Em conjunto, uma busca cada vez maior em nível de especialização onde as próprias instituições de ensino oferecem modalidades personalizadas”, destaca.
Demais exemplos
Na AFA Energia Solar, localizada em Xaxim (SC), a empreendedora Amanda Rocha também compartilha sobre os desafios no segmento. Especialmente quando se trata em subir no telhado, ela tem esforço de sobra e acumula as certificações para instalação de sistemas on grid e as Normas Regulamentadoras para O&M (Operação e Manutenção) nos sistemas fotovoltaicos.
“Brinco que sou raiz, com perfil de empreendedora que coloca a mão na massa. Constantemente preciso provar para alguns clientes que realmente sou capaz, mas faço com o maior orgulho”, diz.
Assim como Amanda, Bianca Julião também sobe no telhado. A escolha pelo mercado fotovoltaico teve influência do marido Wanderson Lira. Atualmente, além dos compromissos administrativos, a empreendedora prova que a união faz a força.
“Acompanhei toda a trajetória dele nos últimos cinco anos. A partir da experiência, fundamos a Solar Impacto, em Niterói (RJ), e hoje não me vejo trabalhando em outra área,” revela.
Formada em Gestão Comercial, considera que as mulheres, cada vez mais, estão se sobressaindo. “Já é mais comum vermos profissionais incríveis nas áreas de engenharia, comercial, financeira, administrativa e de marketing, a exemplo das que são meu braço direito na Solar Impacto,” ressalta.
A empresária Liciany Ribeiro também não fica de fora. Arquiteta por formação, está há nove anos no solar. Além de conduzir a Ribeiro Solar, conhecida no mercado de materiais elétricos e automação, localizada em Curitiba (PR) e prestes a completar 50 anos neste mês, é coordenadora regional da ABSOLAR no Paraná.
Na companhia, 10 mulheres ocupam diferentes cargos, reflexo de uma gestora que circula em diferentes frentes, na gestão dos negócios, contato direto com os clientes e no processo de importação.
