A energia solar tem se consolidado como uma das principais alternativas renováveis para a matriz energética brasileira. No entanto, o segmento enfrenta desafios importantes, como a oscilação de custos, a regulação do mercado e a busca por soluções que aumentem a eficiência dos projetos.
A geração centralizada tem sido diretamente impactada por mudanças no cenário econômico e regulatório, exigindo adaptação das empresas e investidores. Além disso, o armazenamento de energia surge como uma alternativa promissora para garantir estabilidade e confiabilidade ao sistema elétrico.
Diante desse panorama, conversamos com Gabriel Magdalon, Country Manager da JA Solar no Brasil, para entender como a empresa está se posicionando no país e as perspectivas para o futuro do mercado fotovoltaico.
Compromisso com qualidade e suporte ao investidor
Segundo Magdalon, a escolha de um produto passa por critérios fundamentais como qualidade e bancabilidade, mas o diferencial da JA está no suporte técnico, operacional, logístico e comercial.
“Trabalhamos em parceria com nossos clientes desde o desenvolvimento do layout do projeto, oferecendo assessoria técnica para definir o melhor produto da JA para cada necessidade. Além disso, acompanhamos todo o processo logístico, considerando fatores como custos de transporte para otimização do investimento. Nossa assistência se estende desde as inspeções na fábrica na China até o processo de importação no Brasil, garantindo tranquilidade aos parceiros”, explicou.
O executivo enfatizou que esse suporte local tem sido essencial para o sucesso da marca no Brasil. “A construção de um histórico de credibilidade no mercado é um desafio, mas, com um atendimento técnico qualificado e acompanhamento próximo aos clientes, conseguimos demonstrar nossos diferenciais e fortalecer a confiança no trabalho da JA Solar”.
Desafios e oportunidades no mercado de geração centralizada
O setor solar enfrenta um momento desafiador no Brasil, com a reintrodução do imposto de importação para módulos fotovoltaicos e a redução dos incentivos de exportação da China, somados ao impacto do câmbio e das taxas de juros elevadas. Para o Country Manager, esse cenário tem levado alguns investidores a adiar ou reavaliar projetos.
“Muitos projetos já assinados seguem em andamento, pois precisam ser concluídos conforme os contratos de PPA (Power Purchase Agreement). No entanto, outras iniciativas estão sendo postergadas à espera de melhores condições. O mercado espera que os PPAs se valorizem nos próximos meses, o que pode ajudar a equilibrar o cenário”, afirmou.
Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, há oportunidades. “O CAPEX dos projetos tem se beneficiado da queda nos preços dos painéis, o que pode compensar parte dos impactos financeiros. Além disso, a regulamentação de storage no Brasil abre um novo horizonte para o setor, principalmente com a entrada de leilões de baterias, trazendo novas possibilidades de investimento”.
Perspectivas para o mercado de baterias no Brasil
A fabricante chinesa já atua globalmente com soluções de armazenamento, mas a comercialização de baterias no Brasil ainda está em fase de desenvolvimento. “Nossa unidade de storage tem cerca de um ano de operação, e estamos desenvolvendo a área para viabilizar essa linha de produto no país”.
“Porém, vender baterias é muito diferente de vender módulos. Precisamos garantir que teremos capacidade de oferecer o mesmo nível de suporte e qualidade que temos com nossos painéis antes de tomar essa decisão”, relatou Gabriel Magdalon.
Uma vez que a JA já estiver operando nesse segmento no Brasil, iremos estruturar uma equipe especializada para suporte técnico e operacional. “Nosso compromisso é sempre manter um alto padrão de atendimento, então esse processo será feito com enorme cautela e planejamento”, acrescentou.
Projeções para 2025 e expansão na América Latina
Para 2025, a empresa prevê um mercado estável ou com leve retração no Brasil, devido aos desafios mencionados. “Além do curtailment na geração centralizada, outros fatores como mudanças regulatórias na geração distribuída impactam o volume de projetos no país. Ainda assim, o Brasil segue sendo um mercado gigantesco”, disse o executivo.
A companhia também acompanha oportunidades em outros países da América Latina. “A Colômbia tem se tornado um destino cada vez mais atrativo para investidores, com novos projetos em desenvolvimento. No México, há uma expectativa de retomada do mercado de energias renováveis. Já o Chile, que possui um setor solar mais consolidado, está avançando na adoção de storage e pode servir de referência para o Brasil nessa transição”, finalizou.
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