Nos últimos dois anos, o setor solar brasileiro acelerou — e não só em números. Vimos a chegada de novos perfis de consumidor, a evolução do discurso técnico e uma pressão crescente por diferenciação.
Mas junto com o avanço, vieram margens apertadas, uma competição intensa e o desafio claro de agregar valor real. A nova fronteira não está apenas em vender mais, mas em vender melhor. E isso exige inovação.
Em meio a esse cenário, uma tecnologia que antes parecia distante se tornou, pela primeira vez, viável: o módulo HJT (heterojunction technology), que combina silício monocristalino com camadas finas de silício amorfo, alcançando eficiências superiores (frequentemente acima de 22%), baixíssima degradação ao longo do tempo e perdas térmicas de apenas -0,24% por grau — ideal para regiões quentes como o Brasil.
É um produto premium, com valor percebido elevado — e, por isso mesmo, historicamente fora do radar de boa parte dos integradores brasileiros. Mas isso mudou.
Além da eficiência superior, os módulos HJT oferecem alta bifacialidade, excelente desempenho em baixa irradiância e uma performance térmica que permite gerar mais energia em menos espaço — uma vantagem estratégica em telhados urbanos, galpões logísticos e projetos com limitação de área.
Esfera Solar 2025: inovação e capacitação para transformar o mercado
Quando uma barreira cai, uma janela se abre
Em 2024, acompanhamos a revogação de diversos ex-tarifários que favoreciam a importação de equipamentos solares sem similar nacional. Essa mudança fez com que muitos módulos convencionais se tornassem até 25% mais caros, elevando o preço final dos sistemas solares para o consumidor brasileiro em até 15%.
Por outro lado, alguns produtos mais avançados — como os módulos HJT — mantiveram seu ex-tarifário, o que abriu uma brecha inédita: um produto premium, com preço competitivo.
Essa é a definição de janela de oportunidade
Enquanto durar essa isenção, os integradores brasileiros têm a chance de oferecer uma solução tecnicamente superior, com margem de diferenciação real — antes que o mercado volte a reajustar preços com base em novas políticas tributárias.
Transição exige visão. E atualização constante
Esse movimento não acontece isoladamente. Ele faz parte de uma virada global. Nos Estados Unidos, tarifas de até 3521% foram aplicadas sobre painéis solares do Sudeste Asiático, redirecionando fluxos e pressionando mercados mais abertos, como o Brasil. (Fonte: InfoMoney)
Ao mesmo tempo, a China domina os investimentos em manufatura de tecnologias limpas, enquanto tarifas e barreiras comerciais começam a remodelar o comércio global de energia solar. (Fonte: BloombergNEF)
Internamente, o Brasil convive com juros elevados, crédito restrito e um consumidor mais criterioso. Isso muda tudo: do discurso comercial ao tipo de solução que se destaca.
O mercado está mudando e não é só o HJT
A transformação é mais ampla. As baterias BESS surgem como solução para garantir estabilidade mesmo diante da variabilidade da geração solar. Os carregadores veiculares crescem junto com a mobilidade elétrica.
Os módulos flexíveis abrem novas frentes, viabilizando projetos em estruturas antes incompatíveis com o fotovoltaico — como motorhomes, barcos, coberturas curvas e galpões com baixa resistência.
O setor solar caminha para se tornar mais sofisticado, técnico e orientado às soluções reais. E o HJT é um exemplo claro de como inovação e oportunidade podem andar juntas nesse processo.
HJT: uma escolha que posiciona
Em mercados maduros, produtos de alta performance não são exceção. São ferramenta de diferenciação. O módulo HJT, hoje com custo acessível graças à manutenção do ex-tarifário, representa essa possibilidade. É uma escolha que comunica posicionamento. Que mostra ao cliente que você está atualizado, preparado para entregar mais eficiência, mais durabilidade e mais confiabilidade.
Na Esfera Solar Distribuidora, acreditamos que conteúdo qualifica e que estratégia diferencia. Por isso, promovemos esse debate com responsabilidade e convidamos o setor a refletir com a gente: seguimos vendendo apenas equipamentos ou já começamos a entregar soluções com visão de futuro?
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