O debate sobre a transição energética no Brasil tem provocado reflexões acerca das ações da sociedade, questões regulatórias e desenvolvimento de tecnologias que proporcionem a efetividade no uso dessas fontes de energia limpa. Nesse cenário, há um fator que tem se tornado inevitável: o protagonismo dos sistemas de armazenamento nesse processo de transição energética.
Há pilares que sustentam essas discussões, dentre eles, o impacto da conta de energia no orçamento das famílias. Este é um momento, por exemplo, no qual os brasileiros estão sendo impactados pela bandeira tarifária vermelha. Ou seja, os consumidores de todo o Brasil estão submetidos ao custo adicional de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.
É inegável que a questão financeira é o impulsionador para o aumento na busca de fontes de energias renováveis pelos brasileiros, como a solar, que tem apresentado crescimento expressivo. De acordo com o BEN 2025 (Balanço Energético Nacional) , divulgado pela EP (Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao MME (Ministério de Minas e Energia), o índice de renovabilidade do setor residencial alcançou 71,8% em 2024.
Mas esse cenário também tem provocado outro ponto de discussão: o aumento da produção de energia solar enviado para a rede pode impactar o sistema elétrico brasileiro? No início de 2025, a Aneel divulgou um relatório que alertava sobre o risco ao sistema elétrico de alguns estados brasileiros devido ao excesso de energia solar injetado na rede.
Essa realidade nos impõe uma discussão que mira uma solução que se mostra cada vez mais necessária: a dos sistemas a dos sistemas de armazenamento de energia.
Com o mundo em busca de soluções sustentáveis, essa solução tem se apresentado como estratégica, pois se trata de um sistema que envolve baterias recarregáveis para o armazenamento de energia elétrica em períodos de menor demanda e liberá-la durante os picos. E isso significa estabilidade da rede elétrica.
As baterias são o ‘Solar 2.0’, ou seja, a evolução que complementam o solar. Diferente do solar, que passou por um processo de validação longo, as baterias já entram em um cenário mais consolidado e validado. Dessa forma, esses sistemas chegam como alternativas técnicas para reduzir perdas e ampliar a autonomia dos sistemas, contribuindo para a estabilidade, continuidade e eficiência do fornecimento de energia elétrica.
Contudo, o setor aguarda a publicação de edital para o primeiro leilão de armazenamento, cuja discussão foi adiada pela ANEEL no último dia 12 de agosto, após pedido de vista de um dos diretores, tendo em vista divergências provocas em razão do regime tarifário a ser aplicado.
Vale destacar que o leilão tem gerado a expectativa de alavancar o setor, que deve atrair cerca de R$ 70 bilhões em investimentos até 2034, segundo a ABSAE (Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia). Essa regulamentação é essencial para as diretrizes do setor.
O Brasil é deficiente de qualidade energética e, por isso, o brasileiro busca soluções que proporcionem segurança quando o assunto é energia. Estamos nos aproximando do período de chuvas e, consequentemente, dos recorrentes apagões que atingem grandes centros, como São Paulo, escancarando a iminente necessidade de segurança energética no Brasil.
Nesse sentido, podemos afirmar que o híbrido é uma solução necessária diante de um cenário que clama por alternativas que propiciem sustentabilidade, segurança e estabilidade energética.
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