Conforme nos tornamos mais maduros, a experiência nos leva a enxergar mais oportunidades, a lidar melhor com situações boas e ruins, a cometer menos erros.
Esse processo saudável e contínuo de amadurecimento vale para qualquer área da vida e é observado também em empresas, nas organizações, nos mercados. Não seria diferente com o setor de energia solar, que está se tornando mais inteligente.
É possível observar esse amadurecimento do mercado brasileiro em três tendências para um futuro próximo. A crescente participação da energia solar na matriz energética nacional, com maior injeção de energia excedente na rede, implicará ao ONS (Operador Nacional do Sistema) desafios técnicos para a gestão do grid.
Neste enredo, o setor busca acordos em torno de uma regulamentação que equilibre os interesses do país e dos players, e ao mesmo tempo traga mais segurança a todo o sistema.
Como parte disso, a tendência é, ao longo dos próximos anos, começarmos a ver mais diferenças no preço da energia por faixas de horário de consumo, o que vai afetar os horários em que usaremos a energia gerada e os momentos em que vamos armazená-la.
Isso está relacionado a todas as tendências de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), pegada de carbono e certificados verdes. Vamos ver mais empresas preocupadas em usar apenas energia de fontes renováveis e obter créditos de carbono para compensar suas emissões de gases de efeito estufa.
Outra tendência é observarmos muito mais integração entre a geração de energia solar e seu uso, seja por ativações inteligentes das cargas e/ou por integrações com formas de armazenamento, não apenas com baterias, mas também com os carros elétricos. Os carros não deixam de ser grandes baterias com rodas e poderemos usá-los também como uma forma de armazenamento.
A terceira tendência é a geração de energia solar fotovoltaica se tornar ainda mais segura. Com o aumento da representatividade da energia solar, é hora de dar mais relevância a temas como a segurança, especialmente quando as usinas solares estão em locais onde há pessoas e armazenamento de materiais de alto custo, por exemplo.
Em lugares como os Estados Unidos, a Austrália e alguns países da Europa, recursos de segurança como desligamento rápido, SafeDC (para assegurar que a tensão de saída de cada módulo seja reduzida para uma tensão segura sempre que a corrente alternada estiver desligada) e proteção de arco elétrico, que antes eram apenas recomendados, estão se tornando obrigatórios.
É mais ou menos como ocorreu com itens como cintos de segurança e airbags nos carros. No passado, não eram obrigatórios, mas aos poucos foram se tornando. Sem dúvida, são evoluções muito bem-vindas para o setor.